Incra coloca seguranças em assentamento

Seguranças privados passaram a vigiar o assentamento Celso Furtado, antiga fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu. Segundo a superintendente substituta do Incra no Paraná, Irene de Souza Lobo, no final de 2006 uma licitação foi aberta para contratar empresas terceirizadas de segurança para cuidar da área e tentar coibir os crimes de roubo e venda ilegal de madeira. Agora, a empresa ganhadora do pregão se instalou para proteger o local. ?A partir desse mês, eles instalaram quatro guaritas, uma em cada saída do assentamento, e trabalham 12 vigias em turnos de 24 horas?, informa.

Os crimes não apenas incomodam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), atual ?dono? da propriedade de 25 mil hectares. As Polícias Federal e Civil também estão em alerta. As práticas ocorrem em uma área de reflorestamento, onde estão assentadas 973 famílias. Segundo o chefe regional do Incra, Hélio Dalmagro, o corte ilegal da madeira de reflorestamento ocorre há pelo menos um ano e meio. ?Eles cortam as árvores da reserva legal e empresários compram essas madeiras. O Incra encaminhou denúncia, ano passado, para a Polícia Federal, que está investigando a organização. Não acredito que sejam os assentados, mas podem ser alguns excedentes (pessoas que não foram assentadas e ainda aguardam)?, comenta.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, José Alberto Iegas, responsável pelas investigações há cerca de seis meses, tanto assentados quanto invasores podem estar envolvidos no corte e venda da madeira da área. ?Fazemos incursões quase que semanais à área. Em várias missões, inclusive algumas feitas pela Polícia Civil, prendemos em flagrante diversas pessoas no local, cortando ou comprando a madeira para revender. Essas prisões nos ajudam no inquérito a apurar quem são os responsáveis: atravessadores, madeireiros e demais envolvidos. Cada dia recebemos uma informação nova?, diz. Iegas ainda completa que será difícil encontrar todos os envolvidos, mas alerta que a polícia pretende alcançar pelo menos os maiores beneficiários. ?Estamos próximos, inclusive já os identificamos. Planejamos em breve indiciar essas pessoas?, afirma. Os nomes não foram divulgados pela polícia e o Incra não soube informar de que grupo são os assentados.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já negou envolvimento no crime e alega que existe um grupo de agricultores, dissidentes do movimento, que não foram assentados na área e que estariam agindo junto com donos de serrarias.

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