Incêndio destrói duas danceterias em Curitiba

Um incêndio que durou mais de quatro horas destruiu duas casas noturnas no bairro da Água Verde, em Curitiba. Quando o fogo iniciou, às 3h50 de ontem, cerca de quinhentas pessoas estavam no Carambola, que funcionava na mesma construção do El Toro (que estava fechado durante o incêndio), na Avenida Presidente Getúlio Vargas, esquina com a Rua Cândido Xavier. As saídas de emergência funcionaram e uma tragédia foi evitada ? ninguém saiu ferido.

O foco de incêndio começou numa parede do Carambola e rapidamente se alastrou, atingindo materiais de isolamento acústico. Funcionários tentaram combater as chamas com extintores de pó químico, mas não puderam utilizar os hidrantes internos. “Tinham água, mas não havia pressão suficiente”, disse o gerente da danceteria, que preferiu não se identificar.

O vocalista da banda acalmou o público e um soldado do Corpo de Bombeiros, que estava na danceteria, ajudou a evacuar a casa antes da chegada dos caminhões. “Se as saídas de emergência estivessem impedidas, certamente haveria uma tragédia semelhante à que aconteceu nos EUA”, disse o tenente Manoel Vasco, chefe do setor de relações públicas do CB, referindo ao incêndio que matou cerca de 100 pessoas numa casa noturna em Rhode Island, em fevereiro.

Comandados por um capitão e dois tenentes, cerca de 35 bombeiros trabalharam contra o fogo, utilizando cinco caminhões, incluindo os com tanque de água e escada Magirus. Até as 8h ainda havia chamas e o rescaldo prosseguiu até as 13h. O barracão onde funcionavam os estabelecimentos foi completamente destruído e as paredes e telhado desabaram, quase atingindo um escritório de advocacia vizinho.

O gerente refutou a informação de que clientes teriam sido impedidos de sair sem pagar a consumação enquanto o fogo destruía a casa. Para comprovar, mostrou as fichas de consumação, que normalmente seriam retidas na saída, rasgadas do lado de fora. “Ocorreu o contrário: muita gente, por solidariedade, se comprometeu a pagar mais tarde o que havia consumido”, afirmou, acrescentando que todos saíram em ordem.

Conhecido como reduto de pagodeiros e jogadores de futebol, o Carambola, ao lado do El Toro, pertencente ao mesmo dono, empregava cerca de 100 funcionários. A gerência não soube informar de as danceterias eram cobertas por seguro contra incêndio.

Em análise preliminar, oficiais do CB apontaram um curto-circuito como possível início das chamas. Segundo o setor de relações públicas as boates haviam sido vistoriadas e estavam liberadas no quesito segurança. A resposta oficial sobre as causas do incêndio sairá do laudo da Polícia Científica.

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