Imprudência deixa vítimas nas estradas

Quem não conhece uma história trágica de um grave acidente de trânsito? Quem não conhece alguma vítima das estradas? Várias pessoas já devem ter visto uma notícia como a do último dia 2: Acidente mata três e fere 5 na BR-277. Apesar de muitos saberem, os motoristas continuam arriscando as próprias vidas e as de terceiros nas vias. Os abusos persistem, mesmo sendo este um período de férias.

Um dia depois do feriado de Ano Novo, quando voltava do litoral do Estado pela BR-277, o motorista do Fiat Doblò, placa HBL-8675, perdeu o controle do carro e capotou, invadindo a pista contrária. O acidente terminou com a morte de três pessoas e outras seis ficaram feridas. O condutor estava em alta velocidade e no automóvel havia nove pessoas.

Como contam os policiais rodoviários federais Cecílio Adami e Delvair Marchioli, do posto da BR-277 em São José dos Pinhais, excesso de passageiros no carro é uma ocorrência muito comum neste período do ano, principalmente na estrada que leva às praias. ?Um caso típico de uma rodovia que leva ao litoral é o excesso de passageiros. Por exemplo, um casal que leva os dois filhos e também o sogro, a sogra, o cunhado e uma vizinha. E como fica a questão do cinto de segurança??, indaga Adami.

Segundo Marchioli, outra situação bastante comum nesta estrada durante os finais de semana é motorista alcoolizado. ?Principalmente sexta, sábado e domingo de manhã?, completa. ?Quando não estão fumando maconha?, diz Adami. Porém, segundo eles, fora essas outras situações típicas, o principal ainda é o excesso de velocidade, como ocorre em qualquer estrada.

Segundo o tenente Vortolin, do Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar, ?o principal vício do motorista, que ele não perde nem nas férias, é a pressa. Ele esquece que este é um período de descanso, de relaxar e transmite para o volante todo o estresse. É um problema de cada motorista que deve fazer uma auto-avaliação e se controlar?, comenta.

Ainda de acordo com o tenente, o que os motoristas devem ter em mente é que pode se prejudicar e vitimar terceiros. ?Ele deve lembrar que o excesso de velocidade vai lhe proporcionar um ganho de apenas cinco ou dez minutos, nada mais que isso. Ao correr nas rodovias, ele não pode ter a certeza de que na curva não virá ninguém na pista contrária, ou que não haverá obstáculo na via. É assim que os acidentes acontecem?, orienta. Ele ainda completa que a grande preocupação, atualmente, são com os ?miniferiados?, as viagens curtas de final de semana, quando as estradas ficam lotadas.

Maus hábitos atrapalham

Do mais simples até o de maior risco, muitos são os maus hábitos dos motoristas. ?A começar pelo não-uso do cinto de segurança, principalmente no banco traseiro?, comenta o capitão Alexandre Stange, assessor militar do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Esse mau costume, segundo ele, pode ser fatal.

Mais grave para Stange, é a situação de alguns motoristas que dirigem embriagados. ?Os reflexos ficam reduzidos e dificilmente eles vão conseguir evitar um acidente?, afirma. Porém, o mais marcante é a alta velocidade, principalmente nas rodovias. ?75% dos acidentes com vítimas fatais ocorrem nas rodovias. É uma questão muito séria porque as pessoas sabem, mas não têm noção. Pensam que nunca vai acontecer com elas?, comenta.

Ainda segundo o capitão do Detran, agora que o Carnaval se aproxima e as estradas voltam a ficar cheias, é preciso cuidado redobrado. ?Sugerimos que não abusem do álcool, tenham cuidado com a velocidade e observem as normas de trânsito e de segurança?, orienta. (NF)

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