A pesca da tainha na baía de Guaratuba está autorizada, dentro de algumas normas, nos meses de junho e julho, conforme portaria número 110/07, assinada na última semana pelo presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko. Dezenas de famílias de pescadores profissionais serão beneficiadas pela atividade. Este é o terceiro ano consecutivo em que a atividade é liberada para a comunidade da região, que tira da pesca grande parte de seu sustento.
Segundo Burko, a captura da tainha não traz riscos ao meio ambiente se realizada dentro das normas. ?Devem ser utilizadas apenas redes simples, lançadas com a mão; e não redes fixadas no local. A largura da malha da rede, que deve ser superior a dez centímetros, também deve ser respeitada. Seguindo estas recomendações, outras espécies da fauna aquática não serão prejudicadas?, explicou.
A iniciativa recebeu apoio do presidente da Associação de Pescadores de Guaratuba, Álvaro Cunha. ?A portaria foi muito boa para nós, pois a área liberada é um canal bastante utilizado por todos os pescadores. Se a tainha estivesse proibida, muitos pescadores teriam que buscar outras fontes de renda?, comentou. Segundo ele, o dinheiro arrecadado com a venda do pescado fará diferença para os associados. ?Muitas famílias vivem o ano inteiro com o dinheiro que recebem nesta época do ano?, acrescentou.
O IAP também estimula a conscientização ambiental dos pescadores em reuniões promovidas na associação. Álvaro já aprendeu a lição. ?Temos que pensar no dia de amanhã. Se desrespeitarmos a lei e pescarmos de qualquer jeito, não teremos tainha. E sem tainha, não teremos fonte de renda?, disse Álvaro.
Fiscalização
Ao assinar a portaria, Burko determinou rigor na fiscalização da atividade. ?Técnicos do IAP já estão acompanhando a pesca da tainha e até o final de julho iremos monitorar constantemente o trabalho dos pescadores, para que tudo ocorra dentro das normas?, destacou o chefe do escritório regional do Instituto no Litoral, Reginato Bueno.
A pesca está permitida apenas para pescadores profissionais – que, quando abordados, devem apresentar carteira de pesca. A área onde a prática está permitida até julho, compreende a região entre a sede da antiga Cooperativa de Pescadores do Paraná (Coopespar) na costa Sul, no sentido Nordeste até a Ilha do Capinzal e por esta até a costa Norte da baía de Guaratuba, passando pela foz do Rio Fundo.