O aumento no número de casos de violência contra a mulher registrados pelo Hospital do Trabalhador (HT), em Curitiba, levou a instituição a realizar uma campanha para que os profissionais de saúde saibam identificar com mais eficácia o problema.
A campanha também deve atingir a população com a distribuição de fôlders informativos, para que todos tenham conhecimento do que ocorre com essas mulheres. Em 2006, o hospital registrou 134 casos de violência contra a mulher.
No ano passado foram 223 ocorrências. Os números deste ano podem indicar um aumento ainda maior: até junho já foram notificados 132 casos, ou seja, 26,7% dos 494 atendimentos do HT em 2008.
A campanha não tem data para terminar. A coordenadora do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar do HT, Heloísa Gianberardino, explica por que um dos focos da campanha é a capacitação permanente de quem atende essas mulheres.
“Como nosso setor é novo, tem só dois anos, muitas vezes os profissionais não sabem que estes casos são de notificação obrigatória. Outros não sabem exatamente como fazer essa notificação. E ainda há casos que o funcionário fica em dúvida se a notificação vai surtir efeitos. Então a campanha vai motivar os profissionais e prepará-los para investigar se a mulher realmente sofreu a violência”, comenta a médica.
Existem vários tipos de violência contra a mulher, desde a psicológica, a moral e física, até a patrimonial, quando o homem se recusa a entregar à mulher algum documento importante, por exemplo.
Mas segundo Heloísa, no HT aparecem mais os casos de violência física, que incluem diversos tipos, como hematomas, escoriações, fraturas e ferimentos com armas de fogo e brancas.
Desde a criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340), há dois anos, o número de denúncias à Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) em todo o País aumentou de janeiro a junho deste ano, saltando de 58.417 atendimentos no ano passado, para 121.891 atendimentos este ano, no mesmo período.
Além do 180, quem quiser fazer denúncias de violência contra a mulher pode ligar no 41-3338-1832 (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), no 41-3363-3852 (Juizado de Violência contra a Mulher) ou ainda no 41-3223-5323 (Delegacia da Mulher).