Foi enterrado ontem pela manhã, em Londrina, região norte do Estado, o agricultor Antônio Cândido da Costa, suspeito de ter morrido de leptospirose. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a principal suspeita da causa da morte do paciente de 30 anos, que residia na região rural da cidade, é a doença.
De acordo com a diretora de Epidemiologia e Informações em Saúde, Simone Narciso Guarani, os outros dois diagnósticos possíveis são dengue ou hantavirose. De acordo com ela, o paciente deu entrada no Hospital Universitário (HU) no dia 27 de março, com sintomas de febre, dores musculares, dor intensa na panturrilha, cefaléia, vômito e dor abdominal. É devido a esses sintomas que a Secretaria de Saúde suspeita de leptospirose. ?Ele evoluiu para um quadro de alteração renal e teve uma hemorragia pulmonar, levando a óbito?, relatou a diretora.
Segundo a assessoria de imprensa do HU, foi solicitada uma necropsia e colhido o sangue para análise e sorologia, que já foi enviado ao Laboratório Central (Lacen) do Estado, para saber a real causa do falecimento. O exame para dengue será conhecido amanhã, e os demais resultados ficarão prontos num prazo de cinco a dez dias.
A leptospirose é uma zoonose infecciosa causada pela bactéria Leptospira interrogans, eliminada pela urina de ratos e outros animais, contaminando esgoto, tocas dos animais, solo e alimentos. As pessoas adquirem leptospirose, principalmente, através da pele e das mucosas ao entrar em contato com o ambiente contaminado, como córregos e lagoas poluídas. Na maioria dos casos (90%), a evolução da leptospirose é benigna.
Os primeiros sintomas da doença são fraqueza, dor no corpo e febre. Esta pode se elevar podendo ocorrer calafrios, vômitos, mal estar, dor na barriga das pernas (panturrilhas). Pode haver também o aparecimento de cor amarelada (icterícia), hemorragias e diminuição ou ausência da produção de urina (insuficiência renal).
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), caso seja confirmada a morte por leptospirose, a Vigilância Sanitária será acionada para fazer o controle da área onde o agricultor pode ter sido infectado. Em 2006, 326 foram diagnosticados no Paraná, e nos dois primeiros meses deste ano foram 52 casos.