O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) começa a receber, a partir de segunda-feira, currículos de médicos com especialização ou com residência em pediatria ou clínica médica. Os selecionados trabalharão nos postos de saúde 24 horas da Fazendinha (zona oeste) e Boa Vista (zona norte), que passarão a ter, a partir de julho, a coordenação do HC. “Vamos gerenciar a coordenação médica, mas a administrativa vai continuar nas mãos da Prefeitura”, explicou o diretor-presidente do HC, Giovanni Loddo.
Loddo admitiu que o HC já deveria ter assumido os dois postos no dia 1º de junho. Ele atribuiu o atraso às questões burocráticas que permeiam as instituições públicas. “O convênio com a Prefeitura vai ser assinado na quarta-feira. A intenção é assumir em meados de 7 a 8 de julho”, informou.
Com a mudança, quem vai sentir as conseqüências, principalmente, serão os pacientes que têm o costume de se dirigir ao pronto-atendimento (PA) do HC, sem que a situação seja de urgência ou emergência. “O objetivo do PA não é o atendimento clínico. Quando assumirmos os postos de saúde, todos os pacientes que não estiverem em médio ou alto risco e procurarem o PA serão encaminhados aos dois postos”, explicou. Giovanni Loddo acredita que a adaptação demore cerca de um mês. “Sei que vão ter reclamações, mas estou preparado para isso.”
Atualmente o PA atende cerca de 180 pacientes adultos por dia e cem da pediatria. Com a mudança, a expectativa é que o movimento caia em 80%, prevê o médico. “Pacientes que chegam com princípio de infarto e têm de esperar até três horas para serem atendidos, vão poder ser atendidos na hora, já que a vazão será maior.”
Seleção
Para atender aos dois postos, devem ser contratados entre setenta e cem médicos, informou Loddo. Segundo ele, o número não é preciso porque é o próprio profissional quem vai fazer sua carga-horária. O salário é de R$ 18,00 por hora, e o objetivo é que cada posto tenha entre 110 e 114 horas horas-médico por dia. “O número de médicos deve ser mantido, mas a nossa expectativa é que o atendimento seja mais ágil”, comentou. Os postos 24 horas atendem média de seiscentos pacientes por dia.
Segundo ele, terão preferência profissionais que sejam ágeis tenham capacidade de resolver problemas de maneira rápida e eficaz. O médico também alertou para o excesso de faltas. “A idéia é ser mais rigoroso no cumprimento do horário. Se os atrasos forem freqüentes e sem justificativa, ele poderá ser mandado embora”, avisou.