HC divulga a cirurgia ortopédica em hemofílico

Considerado referência nacional em cirurgias ortopédicas em pacientes hemofílicos, o Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, foi palco ontem de mais duas cirurgias. Dessa vez, no entanto, com uma diferença: médicos de vários países, como Argentina, Uruguai, Chile e Eslovênia puderam assistir, ao vivo, através de um telão, a intervenção cirúrgica. A atividade faz parte do I Workshop Internacional sobre Tratamento Ortopédico em Hemofilia, que se encerra hoje.

De acordo com o médico ortopedista Luciano da Rocha Loures Pacheco, coordenador do Programa de Cirurgia Ortopédica em Pacientes Hemofílicos, o HC realiza este tipo de cirurgia desde 1997. De lá para cá, mais de 60 cirurgias foram feitas no hospital. “Os pacientes hemofílicos têm sempre tratamento muito complicado, e nós, médicos, sempre tivemos muito medo de operá-los. Era um tabu. Mas com as novas técnicas de fator de coagulação, quase não há riscos”, explica o médico.

Segundo ele, as partes mais atingidas nos hemofílicos são joelhos, cotovelos e tornozelos. “Os hemofílicos não fazem coagulação sanguínea, então quando sangram, começam a perder o movimento nessas partes do corpo”, explica. Segundo ele, há dois tipos de cirurgias: a Sinovectomomia Artroscópica, que é um tratamento preventivo, já que é realizado em crianças, e a Artroplastia, um tratamento curativo. Ontem pela manhã, um garoto de dez anos foi operado do joelho, e à tarde, foi realizada cirurgia total do quadril direito e do joelho esquerdo em um paciente de 34 anos.

O médico, pórém, chama atenção para o alto custo das cirurgias e o repasse feito pelo governo federal. A cirurgia realizada no garoto custou cerca de R$ 15 mil, enquanto no adulto, R$ 60 mil. “Dependemos do governo liberar o fator de coagulação, que custa cerca de US$ 0,5 a unidade”, explica o médico. Para uma cirurgia, são necessárias cerca de mil unidades por dia de fator, por um período de dez a quinze dias.

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