Grito dos Excluídos cobra política econômica

Por volta das 10h de ontem, enquanto uma fanfarra de alunos passava em frente à Prefeitura Municipal de Curitiba, no desfile de 7 de Setembro, tocando a nona sinfonia de Bethoven, em sentido contrário caminhavam manifestantes de diversos movimento sociais, para a realização do 11.º Grito dos Excluídos. Pela primeira vez de sua história, a manifestação que acontece nacionalmente e a parada do Dia da Independência tiveram o mesmo palco. Após o desfile oficial que terminou pelo meio-dia, centenas de manifestantes também passaram pela Avenida Cândido de Abreu e finalizaram o ato.

O Grito dos Excluídos desse ano, de acordo com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) reivindica uma nova política econômica, reduzindo taxa de juros e suspendendo pagamento de dívida externa, apuração rigorosa e imediata de todas as denúncias de corrupção e reforma do sistema político partidário. A mobilização foi organizada pelas Pastorais Sociais e pela CMS – entidade que integra diversos grupos, como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central Única de Trabalhadores (CUT), organizações estudantis.

Para o arcebispo emérito Dom Ladislau Biernaski, que esteve presente, o lema deste ano Brasil, em nossas mãos a mudança expressa o desejo da população. ?As pessoas querem contribuir e poder expressar seus desejos por uma vida melhor. Querem também lutar contra a corrupção?, afirmou. O arcebispo ressaltou o fato da grande participação do Grito dos Excluídos, que deixou de acontecer somente nas capitais e agora surge em muitas outras cidades.

Alguns dos movimentos traziam pautas de reivindicações locais. Pessoas ligadas ao Conselho Popular de Pinhais colocaram em suas cabeças maquetes de casas, pedindo uma solução para a falta de moradias na região.

Movimentos urbanos de desempregados e carrinheiros também participaram da mobilização. Segundo a educadora Maria José Mendonça, que apóia alguns desses movimentos, a manifestação representa um espaço democrático em que é possível a expressão do sentimento pela vida, valorizando a economia solidária e repudiando a corrupção. ?A mobilização é uma forma de fortalecer a identidade das pessoas?, diz.

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