H1N1

Gripe A deixa 3 milhões de alunos sem aulas no Paraná

Os mais de 3 milhões de estudantes do Paraná devem ficar em casa até o próximo 10 de agosto. Um dia depois de garantir que as aulas da rede estadual de ensino não paralisariam o calendário letivo para prevenir a expansão da influenza A (H1N1), a gripe suína, o governo do Paraná anunciou ontem a suspensão das aulas.

A decisão vale para os 1,4 milhão de alunos dos ensinos fundamental e médio do Paraná, além dos cerca de 90 mil estudantes do ensino superior estadual. Esse período será utilizado para intensificar o treinamento dos profissionais das escolas.

O que fez o governo estadual mudar de ideia, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, foi a insegurança e a instabilidade da população.

“A decisão não foi tomada com base em dados epidemiológicos, mas como outros estados e escolas tomaram a medida, resolvemos adotá-la para tranquilizar a população”, afirmou Martin.

Junto com o governo estadual, a Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação no Paraná (Undime-PR) também recomendaram a paralisação das aulas até o dia 10, que abrange 1 milhão de alunos nos municípios.

A medida se repetiu em todos os campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que juntas somam outros cerca de 40 mil alunos.

“Nossa comunidade é formada, em sua maioria, por adultos jovens, os mais afetados pela nova gripe. Estamos avaliando a possibilidade de cancelamento ou adiamento de viagens e aulas de campo”, afirmou o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho.

Por enquanto, o Restaurante Universitário (RU) continua funcionando. Interromper as aulas, nesse momento, retarda o contágio, não o evita, segundo o vice-reitor da UFPR, Rogério Mulinari.

Na última quarta-feira, as instituições de ensino privado do Paraná e a rede de ensino de Curitiba, seguidas por alguns municípios da Região Metropolitana, já haviam anunciado a interrupção das aulas até o dia 10. Seguindo a tendência, atividades culturais e esportivas começam a ser canceladas no Estado (veja quadro).

Sem aglomerações

Adiar eventos com aglomerações de pessoas é a orientação do secretário estadual da Saúde, que alerta que, isoladamente, a medida de suspensão de aulas não é tão eficaz. Por isso, evitar cinemas, shoppings e locais fechados é recomendado.

“Não há necessidade de pânico ou desespero, já que os cuidados para prevenir a gripe A são os mesmos para a gripe comum, que a gente nunca valorizou. Evitar atividades com grande concentração de pessoas ajuda a prevenir, não só nesse inverno, mas em todos”, acrescentou Martin. Janelas abertas ou semiabertas dos ônibus de Curitiba agora é recomendação da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), para impedir a disseminação do H1N1.

Mortes suspeitas são investigadas

O Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, já tem oito suspeitas de mortes por gripe suína, desde o último dia 23. Todos os casos aguardam confirmação de exame laboratorial.

Desde que se tornou referência no atendimento a pacientes com a nova gripe, na última sexta-feira, sete mortes foram registradas na ala destinada a esses pacientes.

Dos 14 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HC, 13 estão ocupados por pacientes com H1N1, incluindo uma grávida de 21 anos, que acabou perdendo o bebê pelas complicações da gripe.

Outros cinco pacientes suspeitos de gripe estão na unidade semi-intensiva do hospital, mais 12 em observação no pronto-atendimento e 12 no setor de infectologia (desses, seis são crianças).

Na última semana, quatro médicos residentes do HC foram detectados como casos suspeitos da gripe suína. Outros 30 funcionários do HC foram afastados por gripe, mas a direção do hospital afirmou que nenhum é vis,to como caso suspeito do vírus H1N1.

Em Campo Largo, na Grande Curitiba, a prefeitura informou que até a última quarta-feira, a cidade registrou duas mortes que podem ter sido causadas pelo vírus H1N1.

Os casos aguardam resultado dos exames que serão encaminhados ao Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR). Ainda segundo a prefeitura, o município tem 44 casos suspeitos da doença.

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