Greve nos Correios traz primeiros problemas e novos protestos

Quem procurou os serviços dos Correios ontem no Paraná encontrou as agências funcionando, mas não há garantia da entrega das correspondências. De acordo com a empresa, o atendimento aos clientes continua normal e cerca de 60% do setor de distribuição está parado.

Já o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) afirmou que aproximadamente metade do pessoal do atendimento está parado, e cerca de 70% da distribuição não está trabalhando. Os funcionários decidiram ontem pela manutenção da greve, e devem ter nova assembléia hoje pela manhã.

Na maior agência de Curitiba, na Rua Marechal Deodoro, todos os funcionários estavam trabalhando nos guichês e a agência estava lotada. O gerente da agência, Joacir da Rocha Pires, explicou que as correspondências estão sendo encaminhadas, mas o setor de distribuição está funcionando parcialmente. Os Correios informaram que em algumas cidades, como Ponta Grossa, não há paralisação. Os serviços de entregas rápidas como Sedex 10 e Sedex Hoje e o Disque Coleta não estão sendo realizados e a empresa informou que não pode se garantir o prazo de entrega do restante das postagens.

Ontem cerca de 200 carteiros se reuniram em frente à Agência Central dos Correios, na Rua João Negrão, para protestar. À tarde seguiram em passeata até a Boca Maldita, no centro, e depois deliberaram pela continuação da greve.

O Paraná tem cerca de 6 mil funcionários nos Correios, sendo quase metade em Curitiba e Região Metropolitana. Eles reivindicam a regulamentação do pagamento de um adicional de risco de 30% sobre o salário. Esse foi um pedido atendido no final do ano passado em caráter emergencial. Os funcionários receberam o adicional de dezembro até fevereiro. Na última segunda-feira, os Correios haviam proposto o pagamento por mais 60 dias. Mas os trabalhadores decidiram parar até que o abono seja regulamentado em definitivo. Os funcionários dos Correios também pedem o fim de privilégios que seriam dados a detentores de cargos de confiança, pedem a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários e reclamam das condições de trabalho e da falta de pessoal.

Proposta

Numa reunião na noite de ontem, o governo ofereceu ao comando de greve dos funcionários dos Correios a prorrogação, por 90 dias, do pagamento de um abono emergencial de 30% sobre o salário, em troca da suspensão da greve. Nesse período de 90 dias, governo e funcionários negociariam uma proposta mais ampla. A greve atingiu ontem 21 Estados e o Distrito Federal.

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