Greve na UFPR vai até formalização da proposta

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) completam hoje 70 dias de greve. Apesar de aceitar a proposta apresentada pelo governo federal sobre o plano de cargos e salários, a categoria decidiu manter o movimento até que o projeto seja encaminhado para votação.

Desde ontem, a greve passou a ter o reforço dos servidores lotados no Hospital de Clínicas, mas a adesão ainda é pequena. Segundo o HC, dos cerca de 2 mil funcionários dos turnos da manhã e da tarde, apenas 28 cruzaram os braços ontem, principalmente no Centro Cirúrgico, no Centro Obstétrico e no setor de emergência de adultos.

Permanecem em greve trabalhadores de 24 universidades federais. No dia 20 de agosto, porém, o governo federal apresentou à Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) uma proposta para negociar com a categoria. Ela oferece um aumento a cada dois anos de trabalho – de 3% a partir de março de 2005, partindo de um piso salarial de R$ 701,98 e teto de R$ 2.158,44. Para janeiro de 2006, a proposta é um aumento de 3,6%. O impacto dessa proposta no orçamento do governo será de R$ 341 milhões em 2005, e R$ 365 milhões em 2006.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest-PR), Moacir Freitas, a categoria pleiteava um reajuste de 5% e um piso de R$ 780. Mas ele reconhece que “essa proposta do governo já foi um grande avanço”. Freitas garante que, mesmo aceitando a proposta, os trabalhadores só retornam ao trabalho depois que o governo enviar o documento para o Congresso Nacional. Em função do processo eleitoral, isso deve ocorrer até o dia 15 de setembro. “Sem essa garantia, vamos manter os braços cruzados”, avisou o sindicalista.

Nos próximos três dias, a categoria se reúne em assembléias para avaliar os rumos do movimento. Ontem, os servidores da UFPR discutiram alguns pontos de um termo de compromisso que deverá ser encaminhado para o governo pelos servidores das universidades federais.

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