Greve na Espírita deixa mil estudantes sem aulas

Professores das Faculdades Integradas Espírita estão em greve desde a semana passada. De acordo com os docentes, os salários estão atrasados e a instituição não está investindo na melhoria da qualidade dos cursos.

Mais de mil alunos estão sendo prejudicados com a paralisação. A advogada da instituição, Cláudia Bueno Gomes, explica que a situação chegou a este patamar devido a inadimplência, que em junho foi de 27% e julho 57%.

Mas, de acordo com uma professora que não quis se identificar, desde o começo do ano os pagamentos saem atrasados e a gota d?água foi o atraso dos meses de junho e julho. O salário de junho começou a ser liberado somente na última sexta-feira. Mas muitos docentes receberam com cheque pré-datado de alunos e ainda esperam a liberação do dinheiro. “Se não tiver fundo não sei como vai ficar”, comenta a professora. A advogada rebate que se não houver fundos, eles vão pagar de qualquer jeito os docentes. Ela esclarece que não há interesse da faculdade em deixar de quitar a dívida com os professores.

Na última terça-feira os professores e representantes da instituição estiveram reunidos na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para discutir o pagamento de julho. A professora conta que ficou acordado que até amanhã eles iam receber o dinheiro.

Mas Cláudia afirma que a liberação de julho vai depender da volta as aulas. Para ela, com a situação se normalizando, os estudantes voltam a pagar a mensalidade e o dinheiro entra em caixa.

Também na sexta-feira as duas partes voltam a se reunir no DRT. A comissão de professores vai apresentar uma proposta para formar uma comissão paritária para gerir os recursos da faculdade. A noite, em assembléia, a categoria decide os novos rumos da paralisação.

A advogada relata que a instituição não vai aceitar a comissão, como contraproposta vão sugerir a reestruturação do conselho universitário, sem poderes para gerenciar as verbas. “Você não vai passar o dinheiro de uma empresa particular para outros gerenciarem”, compara.

A professora explica que um dos objetivos da comissão é destinar parte do dinheiro na melhoria da qualidade de ensino. De acordo com ela a biblioteca está defasada, faltam livros para todas as áreas. Além disto, os laboratórios deveriam ter mais acervo e equipamentos. O presidente do DCE Herber Brizola, estudante de biologia, comenta que algumas vezes precisa procurar insetos para poder ter aula. Ele também reclama que não há bolsistas na entidade e falta estagiários nos laboratórios. “É má administração. Inadimplência existe, mas isto é comum em todas as universidades”, argumenta o estudante.

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