Greve já afeta serviços oferecidos pelos Correios

A movimentação foi grande durante todo o dia de ontem em frente ao prédio central da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em Curitiba. Funcionários da parte operacional da empresa se aglomeravam gritando palavras de ordem e fazendo reivindicações quanto à proposta de reajuste salarial oferecida pelos Correios. Segundo o comando de greve a adesão chegou entre 80% e 90% na capital e em Foz do Iguaçu. Estavam sendo realizadas assembléias nas cidades do interior para tentar aumentar a adesão. Já os números dos Correios são bem diferentes. Para a empresa, apenas 6% dos funcionários do Estado estão parado. Sendo que 9% em Curitiba.

As informações sobre os serviços também eram contraditórias. Para os grevistas a situação não era normal e 90% da parte operacional não estavam funcionando. Já os Correios garantiam que situação ainda estava controlada, havendo atraso apenas nas encomendas com pedido de urgência.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná, José Roberto Paladino, os trabalhadores querem “um aumento decente” e não apenas 4% como oferece a empresa. Segundo ele, as perdas salariais desde 1995 chegam a 69%. “Queremos no mínimo a inflação do período, que chega 20%”, afirmou, destacando que o prédio central, onde é feita triagem, estava quase parado, somente a parte administrativa trabalhava. “Não adianta eles dizerem que não. Aqui é o coração dos Correios e ninguém está trabalhando na triagem”, afirmou.

A assessora de comunicação dos Correios, Maria Aparecida Delezuk, destacou que os serviços principais ainda não haviam sido afetados pela greve. “Os objetos de entrega urgente estão demorando um pouco mais”, revelou. Ela salientou que a direção da empresa e o comando de greve deveriam se reunir ontem em Brasília, para tentar chegar a um acordo. Maria Aparecida contou que o Correios fizeram duas propostas aos trabalhadores. “Na primeira, dependendo do salário, eles teriam aumentos de 4%, 9,2%, 14,66% e 20,39%. Quem ganha menos receberia mais. Na outra o aumento seria de 4% linear mais abonos”, revelou, destacando que maioria das agências continuavam abertas. Ela destacou que a triagem das cartas estava sendo feita em outro local.

No Paraná os Correios movimentam diariamente 1,5 milhão de correspondências. São 5 mil funcionários, sendo 2,5 mil na capital.

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