Greve dos servidores em Maringá dura apenas um dia

O atendimento nos postos de saúde em Maringá foi normalizado ontem. Uma liminar da 1.ª Vara Civil considerou ilegal a greve coordenada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), iniciada na quarta-feira, que foi cumprida pelos trabalhadores.

A presidente do sindicato, Ana Pagamunici, disse que a categoria resolveu voltar ao trabalho devido à decisão judicial, que previa multa de R$ 5 mil por dia de descumprimento. Ontem, os advogados do Sismmar passaram o dia preparando um pedido de cassação da liminar que considerou a greve ilegal.

Segundo o secretário municipal da Saúde, Heine Maciera, a população encontrou ontem o atendimento normalizado. Um dos serviços mais afetados pela greve na quarta-feira foi o do pronto-socorro do Hospital Municipal. Apenas 30% dos funcionários estavam trabalhando e quem foi em busca de ajuda teve que esperar por horas. Em alguns horários houve falta de médicos. Nos postos de saúde algumas consultas tiveram que ser remarcadas. "O trabalho foi prejudicado, mas não de forma significativa. O movimento durou só um dia", avaliou o secretário.

Desacordo

O problema levantado pelos trabalhadores começou há mais de dez anos. Isso porque os médicos e dentistas trabalhavam três horas diariamente em vez de quatro, em desacordo com o que prevê o contrato de nomeação. A categoria afirma que um acordo informal havia sido feito com o ex-prefeito Said Ferreira, pois, na época, a Prefeitura não tinha como reajustar os salários. Além disso, enfermeiros e demais funcionários estavam cumprindo apenas 30 horas das 36 horas contratuais.

No entanto, o Tribunal de Contas exigiu que a Prefeitura regularizasse a situação. Desde o mês passado os servidores estão trabalhando com a carga horária prevista no contrato. Agora, porém, os trabalhadores querem manter a carga horária, pois os salários continuam defasados.

Outra reivindicação da categoria são melhorias nas condições de trabalho. Segundo Ana, faltam remédios e equipamentos. No entanto, Heine afirma que a saúde estava sucateada quando o prefeito Silvio Barros assumiu, no início de 2005 e que, aos poucos, a administração está reestruturando o serviço. Para o próximo ano, estão sendo contratados mais 20 médicos. "Vamos levar uns três anos para pôr a casa em ordem", diz.

Ana, no entanto, afirmou que está estudando medidas legais para exigir que a carga horária dos trabalhadores seja reduzida. Hoje o sindicato vai enviar um ofício para a Prefeitura, pedindo a reabertura das negociações.

O Ministério Público em Maringá, por sua vez, está analisando a situação dos servidores e, em tese, existe a possibilidade de entrar na Justiça com uma ação civil pública, pedindo que devolvam o dinheiro que receberam irregularmente durante os anos em que vigorou a redução da carga horária. 

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