Governo quer reduzir riscos dos efeitos do chumbo à saúde

No Brasil existem cerca de quinze indústrias, de grande e médio portes, que trabalham na produção de baterias à base de chumbo que empregam mais de 12 mil trabalhadores. Porém, não existe um levantamento preciso sobre o número de empresas que trabalham na ilegalidade, ou na produção ou na reciclagem desses materiais. O grande problema dessa situação tem sido a contínua exposição dos trabalhadores a níveis elevados de chumbo.

Com o intuito de discutir a situação atual dos riscos à saúde dos trabalhadores expostos ao produto, o Ministério Público do Trabalho promoveu ontem um seminário em Curitiba. Em parceria com a Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), o evento também serviu para se debater as práticas de gestão do setor público e as alternativas de políticas para a redução de risco. De acordo com o procurador do Trabalho e vice-coordenador do Codemat, Iros Reichmann Losso, a proposta inicial é fazer um levantamento da situação desses trabalhadores, para depois realizar um trabalho para minimizar os danos à saúde.

Até a primeira metade da década de 90 a intoxicação pelo chumbo constituiu um dos mais graves problemas de saúde do trabalhador. Depois de muitos esforços no sentido de se reduzir os riscos, houve uma melhora nesse panorama. No entanto, afirma o pesquisador da Fundacentro, Gilmar da Cunha Trivelato, hoje nem os padrões mínimos de exposição têm sido respeitados, que são de 0,1 miligramas por metro cúbico. ?Às vezes isso chega a 20 miligramas, comprometendo muito a saúde desse trabalhador?, disse. Segundo o pesquisador, o chumbo traz diversos problemas para o organismo, afetando, por exemplo, o sistema nervoso central e os rins.

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