Em greve

Funcionários do IBGE fazem manifestação no Centro

Cerca de 40 funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram nesta quinta-feira (29) uma mobilização em frente à sede da empresa na rua Visconde do Rio Branco, 1680, no centro de Curitiba. A manifestação faz parte da greve, que começou no último no dia 26, e também acontece quando o IBGE completa 78 anos.

Dois bolos foram utilizados durante o protesto.  O primeiro celebrava o aniversário da instituição, já o segundo simbolizava a falta de recursos humanos e econômicos para efetuar o trabalho, por isso, era incompleto. “Sem os recursos necessários é impossível efetuar um bom trabalho”, desabafou Cleiton Batista, técnico do IBGE e um dos coordenadores do Núcleo Paraná do Sindicato dos Servidores do IBGE (ASSIBGE).

Consequências diretas

Como o IBGE é responsável pela coleta de dados que interferem nos setores econômicos e sociais, a paralisação das atividades pode acarretar consequências diretas para a população. De imediato, as pesquisas relacionadas ao índice de inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC), e que são utilizadas por bancos e outras instituições financeiras, não serão realizadas, já que a coleta e a tabulação dos dados foram interrompidas. Com isso, os bancos precisarão utilizar outros métodos para o cálculo do índice, que interfere no custo de vida do brasileiro.

O técnico do IBGE e coordenado do Núcleo Paraná do ASSIBGE, Vinícius Staub, afirmou que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que afere a variação entre o número de contratações e demissões no Brasil, também será afetada.  “Mesmo as pesquisas relacionadas a dados anuais serão prejudicadas, pois elas pedem dos dados mensais”, explicou Staub.

Pedidos

A grande queixa do sindicato que representa a categoria é de que não existe pessoal suficiente para efetuar corretamente o trabalho e, portanto, seria necessário que novos concursos públicos fossem abertos para remodelação do efetivo.

Outra questão em pauta envolve os funcionários temporários. Batista comenta que eles estão em uma “situação complicada”, pois não possuem os “direitos de um funcionário efeito, mas também não são assegurados pela CLT”. É preciso levar em conta que, de acordo com dados do ASSIBGE, os funcionários representam mais da metade dos servidores da instituição.

A reportagem do Paraná Online entrou em contato com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), mas a instituição não soube informar qual método será utilizado pelos bancos para o cálculo da inflação.