Funcionários da UFPR entram na reitoria

Cerca de 40 funcionários da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) e do Departamento de Contabilidade e Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram autorizados a entrar ontem no prédio da Reitoria, ocupado por estudantes desde o último dia 17.

A entrada dos servidores foi permitida para que eles cumprissem uma série de obrigações que cabem à universidade. Entre elas estavam a compensação do salário de cerca de sete mil servidores, o pagamento de bolsas e serviços prestados por empresas terceirizadas, além da continuidade do processo na contratação de 180 vagas para professores, que poderiam ser remanejadas para outras universidades caso o prazo fosse respeitado.

Mesmo sem telefone no prédio, os servidores esperavam concluir os trabalhos ainda ontem. Porém, após reunião com os funcionários que trabalharam na reitoria durante o dia, o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, adiantou que será necessário o expediente na segunda-feira para a conclusão dos trabalhos emergenciais. ?Mas não há problema, pois a abertura do prédio na segunda estava incluída no acordo firmado com os estudantes?, disse.

RU fechado

No entanto, a liberação da entrada no prédio da reitoria não reverteu o fechamento dos Restaurantes Universitários (RUs). Segundo a administração, a paralisação do atendimento ocorreu por falta de pagamentos aos fornecedores de gêneros alimentícios.

A não-abertura dos restaurantes pegou muitos estudantes de surpresa. As acadêmicas de Medicina Bruna Driessen e Denise Hübner estranharam que não havia a costumeira fila no local. ?Eu achei que estava muito calmo por aqui, mas fiquei sabendo agora que não iria abrir?, disse Bruna. O mesmo aconteceu com a estudante de Filosofia, Juraci Adorno. ?A greve é mesmo um instrumento poderoso e sempre começa pelo RU. Nós que usamos, ficamos prejudicados?, afirmou.

Segundo a estudante de Ciências Sociais e que participa da ocupação, Alexandra Bandoli, o reitor está tentando jogar os outros estudantes contra o movimento de ocupação. ?Ele não precisava fechar o RU. É só uma forma de colocar os demais universitários contra nós?, disse.

Segundo ela, no segundo dia de ocupação eles já haviam informado o reitor que iriam liberar o prédio para os servidores, mas somente ontem é que ele teria aceitado a proposta.

De acordo com a estudante de Comunicação Social, Naiady Piva, que também participa do movimento de ocupação, haverá uma reunião para determinar se serão permitidas novas entradas de servidores no prédio da reitoria. ?Mas ainda haverá discussão pra saber se haverá a extensão e que áreas eles poderão ter acesso?, disse.

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