Foliões fogem das estradas e brincam no Paraná Clube

Diversão com segurança. Este é o motivo que levou boa parte dos foliões ao primeiro dia de baile de Carnaval do Paraná Clube, no sábado. O salão estava repleto de famílias completas. Cerca de 1,6 mil pessoas de todas as idades se divertiram no salão ao som dos mais variados tipos de músicas.

?Aqui é tranqüilo para brincar com a família. Segurança é o principal. Há quatro anos curtimos o baile do Paraná Clube. Além do mais, evita o estresse da viagem?, afirmou o empresário Afonso Borgonovo. A família do empresário até tem bloco para brincar no clube: ?Bloco Carga Tributária?. ?É uma forma de protestarmos contra a quantidade de impostos que pagamos?, explicou.

O administrador de empresas Vilson Dieter também levou a família para a folia. ?Para brincar com a família tem que ser em clube porque tem segurança?, disse o empresário, que voltou da praia pouco antes do Carnaval. ?Até minha mãe está aqui?, contou. E a dona Zélia era uma das mais animadas. ?Quando não venho aqui vou pular Carnaval com o grupo da terceira idade da igreja. Mas é muito bom estar aqui com meus filhos e netos?, afirmou.

Segurança

O cuidado com os filhos também foi a razão que levou a economiária Rosimere Marques de Souza ao baile do clube. Ano passado ela e as três filhas compraram o abadá de uma casa noturna fechada no litoral. ?Mas neste ano nós não achamos hospedagem na praia. E como as meninas têm um amigo que é sócio, resolvemos vir aqui?, contou. ?Estamos adorando. Quando era solteira eu já vinha aqui com meu pai?, completou.

Salão lotado no último dia

Marchinhas, canções dos anos 90s, músicas da Xuxa, até o atual axé animaram os foliões mais antigos e estreantes no Paraná Clube. O casal de técnicos administrativos Patrícia Silva e Cristofer Cartaia, fantasiados de cartolas, contaram que normalmente passam o Carnaval na praia, porém agora faltou oportunidade. ?Mas estamos gostando muito do baile. Valeu a pena vir.?

Ao contrário do casal, a publicitária Ercília de Oliveira Borges não perde um baile, há muitos anos. ?Sou sócia do Paraná Clube há 30 anos. E venho pelo clube. Antigamente era mais cheio. Agora acho que as pessoas estão indo mais para o litoral. Mas eu gosto muito.?

O funcionário público Carlos Alberto Freire, que também participa de bailes de Carnaval em clubes há muitos anos, contou que neste ano a quantidade de pessoas no primeiro baile ?até estava razoável?. ?Os bailes em Curitiba costumam ser um pouco devagar. Mas neste ano até que está bom. No último dia costuma lotar mais, porque as pessoas já voltaram da praia?, contou.

Reclamações

O casal paulista Dorival e Mirian Rodrigues, que mora em Curitiba há três anos, mas nunca tinha passado o Carnaval aqui, estranhou o baile. ?Eles estão tocando umas marchas meio antigas e a gente esperava que o salão fosse um pouco mais escuro também?, analisou. O casal levou a filha Pamela, de 12 anos, para curtir a festa. ?Podia ser um pouco mais animado?, resumiu Pamela.

Clube mantém a tradição

?Para o clube vale a pena fazer o baile por causa dos sócios que pagam o ano todo para aproveitar o Carnaval?, explicou o gerente social do Paraná Clube, Luiz Carlos Casagrande. O clube promove o baile de Carnaval há 36 anos. Antigamente a festa acontecia nos quatro dias do feriado. Agora não há mais baile no domingo.

Casagrande admite que o público diminuiu ao longo dos anos e que, no final das contas, os bailes dão prejuízo. ?Mas eu chamo de déficit positivo porque os sócios pagam o ano todo para usar no Carnaval. E daí o não-sócio zera o custo?, afirmou. Uma das maiores reclamações de Casagrande é do alto preço cobrado pelo Ecad -entidade que protege os direitos autorais – para tocar as músicas. ?Isso é um terço das nossas despesas.?

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