Fim adequado para baterias de celular

Os Correios oficializaram ontem a parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e a Tim Sul, para o recolhimento de baterias de celular usadas. O trabalho em conjunto já vinha sendo feito de forma experimental, o que comprovou um aumento significativo no recebimento. Foram 11.262 baterias recolhidas em um mês, o que representa um acréscimo de 60% na média dos meses anteriores nos estados do Paraná e Santa Catarina.

A nova logística da campanha de recolhimento de baterias de celular passa a ser feita pelos Correios, que retiram o material devolvido nas revendas da Tim. Segundo explica a coordenadora da campanha da SPVS, Carolina Paiva, uma transportadora recolhia as baterias nas lojas e levava para um depósito da entidade, em São José dos Pinhais, onde elas eram separadas por marca e devolvidas para o fabricante.

Agora, esse recolhimento é feito pelos Correios, que centralizam todo o material em uma agência. Essas baterias são colocadas em um envelope concebido especialmente para a acomodação desse material, pois trazem um campo no lado externo onde o lojista coloca um carimbo com a marca da bateria. “Dessa forma, o produto é enviado diretamente ao fabricante, evitando com isso que o envelope seja aberto, o que elimina o manuseio e reduz riscos de contaminação ao meio ambiente”, diz Carolina.

A SPVS já realiza a campanha de recolhimento de baterias usadas desde 1999. No ano seguinte, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) obrigou os importadores, fabricantes e assistência técnica a dar o destino final para esses produtos. De acordo com Carolina Paiva, desde o lançamento da campanha já foram retiradas de circulação 173 mil baterias usadas. A média de recolhimento passou de 2 mil baterias/mês em 2002, para 7 mil baterias/mês em 2003.

A coordenadora destaca que em todo o Brasil existem cerca de 48 milhões de telefones celulares, cada um com uma bateria potencialmente poluidora, composta por materiais pesados, que se descartados no meio ambiente acabam contaminando o solo e lençol freático, e atingem indiretamente o homem. Com o passar do tempo, esse material acaba sendo potencializado e provoca doenças que afetam órgãos como os rins e pulmões. Carolina acrescenta que infelizmente o recolhimento dessas baterias ainda é insuficiente, pois as estimativas dos fabricantes é que apenas 30% delas são devolvidas e recicladas.

Selo

Para marcar a participação dos Correios na campanha, a empresa lançou um novo selo. A “Preservação dos Manguezais e Zonas de Maré” faz parte da Série América 2004, que tem como principal objetivo divulgar e integrar as diferentes realidades do universo ecológico e sociocultural dos povos que integram a União Postal das Américas, Espanha e Portugal. O novo selo, produzido pelo artista Álvaro Nunes, terá dois milhões de exemplares. O selo traz a vegetação típica do mangue, que ocupa uma superfície de 10 mil quilômetros quadrados do Brasil, sendo a maior do mundo.

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