Festa holandesa e orgulho uruguaio em Curitiba

Não é privilégio apenas de brasileiro parar de trabalhar para poder assistir aos jogos da seleção na Copa do Mundo. Ontem, uruguaios e holandeses encerraram seus afazeres mais cedo para poder acompanhar o duelo entre os dois países, em partida válida pelas semifinais da competição. Num jogo emocionante, melhor para as “laranjas mecânicas”, que venceram a “celeste olímpica” pelo placar de 3 a 2.

A animação dos uruguaios antes do jogo era grande. Cerca de 30 pessoas se reuniram na Casa Latino-Americana (Casla) para assistir a partida. O professor Enrique Piñeyro era um dos que mais sofria com a disputa. A cada lance em que o Uruguai perdia e quando tomou o primeiro gol, ele esbravejava.

“O jogo está difícil, porém estamos mostrando que não somos menos que a Holanda. Acredito que no segundo tempo vamos virar o marcador”, revelou. A presidente da Casla, Gladys Renée de Souza Floriani, contou que liberou o pessoal do expediente para acompanhar o duelo. “Todos estavam ansiosos para poder torcer para o Uruguai. Preparamos uma pequena festa, independente do resultado. Além dos uruguaios, há brasileiros, argentinos e salvadorenho torcendo pela gente”, disse.

Mesmo diante da bravura dos celestes, eles acabaram perdendo. Mas isso não foi o suficiente para tirar o sorriso do aposentado Claro Gwalter Sanchez. “Claro que a gente fica um pouco triste, porém estamos muito felizes com o empenho da nossa seleção, que estava desacreditada e acabou fazendo bonito. Não houve choradeira e vamos festejar porque fomos longe na Copa. Agora vamos torcer para conquistar o terceiro lugar”, afirma.

No bairro Rebouças, no outro lado da cidade, o Bar do Paulista recebeu uma pequena, mas barulhenta torcida holandesa. Ao todo, 20 pessoas vestidas com a cor laranja entoavam gritos como “hup Holland, hup” (vai Holanda, vai) para apoiar a seleção.

A descendente de holandeses e professora Vivian Bosch conta que adiantou o expediente só para torcer para a Holanda. “Sofri bastante neste final do jogo, mas estou muito contente. Gostaria que a grande final fosse contra a Alemanha, pois a rivalidade entre a gente e os alemães é semelhante a que existe entre brasileiros e argentinos”, garante.

Para os irmãos holandeses Stef e Leo Van Bussel, a final deve ser contra os germânicos, para tentar vingar a decisão entre os dois países na Copa de 74. “Queremos esta revanche. Vamos nos preparar para este jogo e talvez iremos até Carambeí (região do Campos Gerais, colonizada por holandeses). Acredito que a gente vença por 2 a 1. Aí é só preparar o poftjes (doce holandês), oranjebitter (licor tradicional), batata frita com maionese, etc.”, brincam

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