A Prefeitura de Curitiba concluiu, na última sexta-feira, a relocação de sete famílias que ocupavam o leito da Rua Albo Brunetti, no Novo Mundo. Elas estavam em área pública há 34 anos. O local apresentava um adensamento excessivo, pois num trecho de apenas 50 metros de extensão havia seis construções. Agora, os moradores foram transferidos para lotes da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e instalados em casas de madeira. Com a retirada das casas, a Prefeitura restabelecerá a ligação da Rua Albo Brunetti com a Rua Francisco Fruet.
?A condição das famílias melhora em todos os sentidos, porque além deixar um local insalubre, elas passam a ter um imóvel próprio, ganhando segurança e cidadania?, disse o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche.
A relocação das famílias pôs fim a um impasse que vinha se arrastando desde 2003, quando foi aberto um processo na Prefeitura, para abertura da rua. No início, havia resistência das famílias em deixar o local. A negociação com os moradores teve a participação da Administração Regional do Portão e só este ano chegou a um resultado positivo.
No acordo que possibilitou a relocação e a liberação da área de rua, a Cohab comprometeu-se a assentar as famílias em terrenos próximos à ocupação. O compromisso foi atendido graças a uma parceria firmada com a empresa Seg Engenharia, que tem um empreendimento comercial próximo ao ponto onde havia obstrução da rua.
Foram erguidas seis casas (duas famílias dividem o mesmo imóvel) em terrenos da Cohab ou da Prefeitura existentes nas imediações da ocupação. As famílias receberam apoio da Regional do Portão e da Cohab para a mudança e, nesta primeira fase, receberam uma permissão de uso para entrar nas casas. Mais tarde, elas assinarão com a Cohab o contrato de financiamento dos lotes e passarão a ser proprietárias dos imóveis.
?É melhor ter a coisa certa e com documento?, disse a dona-de-casa Lídia Ribeiro, depois que se instalou num lote na Vila Nossa Senhora da Luz, onde vai morar com a mãe e o padrasto. Ao lado fica a casa do irmão, Olívio Jair Ribeiro, que aproveitou as férias no emprego para aumentar a moradia e erguer mais dois quartos. ?Agora, podemos construir sem preocupação?, disse ele.
A ocupação da Rua Albo Brunetti tinha uma característica especial: todos os moradores pertenciam a mesma família. (SMCS)