Falta de imunoglobulina preocupa Secretaria de Saúde

Assim como em todo o país, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) teme a falta de imunoglobulina aos pacientes do Sistema Único de Saúde do Paraná. O medicamento, desenvolvido a partir do plasma (do sangue), é utilizado no tratamento de casos graves de deficiências imunológicas. Para algumas pessoas o remédio, que está em racionamento desde o início do ano, é vital. Atualmente a Central de Medicamentos do estado está com 300 frascos da substância. Em condições normais teria, no mínimo, mais de mil frascos em estoque.

Segundo o diretor da central, Luiz Fernando Ribas, a falta da imunoglobulina é um cenário internacional. Muitos países, como todos os estados do Brasil, estão com dificuldades para receber o medicamento. Em alguns estados, segundo ele, já se verifica o quadro de total desabastecimento. ?O que tem salvo o Paraná é o estoque estratégico que conseguimos manter. Percebendo a complicação, depois que fomos informados pelo Ministério da saúde sobre a racionalização, nos organizamos para conseguir atender pelo menos os casos mais graves. Infelizmente sempre tem as pessoas que ficam sem. Nós montamos, em agosto, uma central de auditoria médica que controla isso. Nossa perspectiva é conseguirmos manter até dezembro?, afirma.

Como explica Ribas, infelizmente essa crise de 2006 se deve também à falta de tecnologia especializada no país. ?Nós mandamos a matéria-prima, o sangue, em preço bem baixo, para fora e eles nos vendem o medicamento, com o preço de mercado?, lamenta. Segundo ele, o estado vem buscando no mercado alternativas de compra, para isso um investimento extra está sendo disponibilizado. ?Precisamos buscar essas alternativas, pois em alguns casos clínicos como a síndrome de Guillain-Barre, uma espécie de paralisia, que provoca parada respiratória – essa substância é vital. É o mesmo que um quadro de racionamento de água: se não ?chover? do Ministério da Saúde esse medicamento, chegaremos ao ponto de ficar sem?, alerta o diretor da central de medicamentos.

Nota

Em nota divulgada no início do mês, o Ministério da Saúde informa que ?as atuais dificuldades no abastecimento decorrem da indisponibilidade do medicamento no mercado mundial em virtude do contingenciamento de exportação da matéria-prima usada na produção de imunoglobulina humana por parte dos Estados Unidos da América e outros mercados?.

Sobre a regularização da situação, outra nota emitida na última semana diz que medidas emergenciais foram adotadas pelo governo federal para recompor o estoque da imunoglobulina. ?Nos próximos dias, o Ministério da Saúde publica licitação para adquirir, por ata de registro de preços, mais de 500 quilos de imunoglobulina (104.228 frascos). A quantidade é suficiente para garantir o abastecimento no Sistema Único de Saúde (SUS) até setembro de 2007. O ministério estima que, em meados de dezembro, o medicamento estará à disposição para os estados.?

?Tenho que acreditar nisso porque se não tivermos o medicamento, esta será uma situação de calamidade pública?, afirma Ribas.

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