Exame da OAB-PR preocupa candidatos

Janeiro é sinônimo de férias para a maioria dos estudantes brasileiros. Porém, é também um período de grande dedicação aos estudos para os recém-formados no curso de Direito. Com a proximidade do exame da seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), que será realizado em março, muitos novos advogados têm deixado de descansar e passam as férias "abraçados" nos livros.

Em Curitiba, já são oferecidos até cursinhos preparatórios ao exame. "A cada ano a prova da OAB-PR tem sido considerada mais difícil. Na última, realizada em agosto do ano passado, o índice de reprovação foi de 78,2%. Por isso, os cursinhos estão sendo cada vez mais procurados", afirma o diretor administrativo do curso preparatório Equalis, Flávio Dias Miranda.

Os cursinhos são estruturados de forma muito parecida aos pré-vestibulares. Geralmente, os professores são da área de Direito e procuram fazer uma revisão das matérias vistas nos cinco anos de graduação. "Assim como nos preparatórios para concursos vestibulares, os professores passam macetes e analisam provas aplicadas em exames anteriores."

A advogada Melissa Magdalena Sovrani, de 26 anos, que se formou há cerca de um ano, vai tentar o exame da OAB pela segunda vez. Na primeira, ela passou nas provas teóricas, mas reprovou nas práticas. Também pela segunda vez, vai fazer cursinho preparatório. "A prova é difícil, mas não impossível. Estou dependendo da aprovação para começar a atuar na área", diz.

A reprovação no exame foi um dos motivos que fez com que a advogada Tatiana Monteiro, de 24 anos, formada há um ano e meio, se desiludisse com o Direito e começasse a cursar Comércio Exterior.

Apesar de se dizer frustrada com a advocacia, ela vai tentar novamente a prova da OAB em março, e também deve começar a fazer cursinho. "Tenho estudado muito. No ano passado, eu chegava a estudar para o exame ao mesmo tempo que assistia às aulas do curso de Comércio Exterior. A reprovação complicou minha vida. Já descobri que gosto mesmo de Comércio Exterior, mas queria poder estar trabalhando com Direito até terminar a segunda faculdade", comenta.

Melissa e Tatiana têm opiniões diferentes sobre o exame da Ordem. A primeira acha que o mesmo é necessário para barrar a entrada no mercado de trabalho de maus profissionais. Já a segunda acredita que o exame não avalia a capacidade do aluno. "Conheço ótimos estudantes que não conseguem passar e maus alunos que passaram logo na primeira tentativa. É muito injusto", declara Tatiana.

A reportagem de O Estado não conseguiu ouvir a OAB-PR sobre o assunto, pois a instituição está em férias coletivas até o próximo dia 8. 

Voltar ao topo