Estudo aponta causas das mortes de mulheres

As causas externas respondem por quase 30% das mortes de mulheres em Cascavel. Os acidentes de trânsito representam mais da metade desses óbitos, enquanto os homicídios e suicídios são responsáveis por um terço das ocorrências. Esses dados fazem parte de um estudo realizado pelo professor da disciplina de Ginecologia e Obstetrícia do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Estado do Paraná (Unioeste), Marcelo Pontual Cardoso.

Segundo ele, esse levantamento tinha como objetivo traçar um perfil da mortalidade das mulheres em idade reprodutiva, entre 15 a 35 anos, no período de dez anos – de 1.º de janeiro de 1991 a 31 de dezembro de 2000. ?Na Medicina existe muita dificuldade em saber do que as pessoas adoecem, pois os registros hospitalares são incompletos. Já os registros de óbitos são mais apurados?, comentou. Porém, os dados, acrescenta, ?foram surpreendentes?.

Em um universo de 100 mil mulheres, 29,4 morreram por causas externas. No mesmo período, em Maringá, o coeficiente foi de 4,5 para 100 mil mulheres. Já o suicídio representou 17% dos óbitos e ficou na média mundial que é de 4,3 por 100 mil. Menos da metade dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar, enquanto que 20,3% ocorreram no domicílio, e mais de um quarto na via pública. O professor destacou ainda que, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, no mesmo período, a cidade de Cascavel aparece em segundo lugar no número de mortes gerais – homens e mulheres – no estado, ficando atrás apenas de Cambé.

De acordo com o professor, fatores que poderiam estar influenciando nesses dados são diversos trechos não sinalizados nas ruas de Cascavel. Além disso, em alguns trechos, o município é cortado por rodovias, o que aumenta o perigo. Segundo ele, o estudo mostra a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a prevenção no trânsito. ?Isso é uma necessidade que foge da área da saúde, apesar de ter reflexo direto nela?, ponderou. 

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