Estudantes vão às ruas para pedir o passe livre

Cerca de 1.300 estudantes fizeram ontem uma manifestação no centro de Curitiba para reivindicar o passe livre estudantil. Com faixas, cartazes e gritando palavras de ordem como “arroz, feijão e dinheiro pro buzão”, os alunos se concentraram na Praça Santos Andrade e na Avenida Marechal Floriano, seguindo em passeata até à frente da Prefeitura.

Um grupo de manifestantes mais exaltados quebrou, com um chute, um vidro da porta do prédio. Depois de muitos discursos inflamados, uma comissão de seis estudantes foi recebida pelo secretário de governo, Fernão Accioli, mas, abandonou a reunião. Eles só aceitam conversar com o prefeito Cassio Taniguchi. Os estudantes prometem uma nova mobilização no dia 2 de abril.

De acordo com o diretor de grêmios estudantis da União Paranaense de Estudantes (Upes), Anderson Luiz Fasolin, a reivindicação da categoria é que o passe livre seja concedido para todos os estudantes, inclusive universitários e de estabelecimentos privados. Fasolin garante que o valor de R$ 1,70 cobrado pela passagem não condiz com a realidade das famílias, sendo um dos principais fatores da evasão escolar. “Sabemos que a Urbs (empresa que administra o transporte coletivo em Curitiba) calcula o preço da passagem pelo quilômetro rodado, independente do número de passageiros. Isso reforça a nossa tese que é possível implantar o passe livre”, falou.

Um estudo feito pelo vereador Adenival Gomes (PT) apontou que Curitiba é a cidade que menos atende estudantes com benefícios de transporte. Segundo o estudo, em Londrina, dos 99 mil estudantes, 42% recebem o passe. Em Maringá, o benefícios é estendido para 43% dos 63 mil estudantes. Já em Curitiba, recebem incentivos, apenas 4,6% dos mais de 430 mil estudantes.

Incidente

A organização dos movimentos estudantis não assumiu a autoria do ato de vandalismo na mobilização de ontem. De acordo com o diretor de políticas estudantis da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), Jonivan de Oliveira, o vidro da porta da Prefeitura foi quebrado por “pessoas alheias ao movimento”. Oliveira atribuiu a culpa a integrantes do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados) que teriam se “infiltrado” na manifestação.

O representante estudantil disse que a comissão de estudantes não quis conversar com o secretário de governo, Fernão Accioli, porque ele não teria poder de decidir sobre o assunto. “Somente o prefeito pode dar uma resposta à nossa reivindicação”, falou. Oliveira garantiu que na semana que vem vão protocolar um pedido de reunião com o prefeito para discutir, além do passe livre, a reativação do Conselho de Usuários do Transporte Coletivo.

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