Estudantes realizam protesto contra a violência em Curitiba

?Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho?. Essa era a frase escrita em adesivos que alunos do Centro Integrado de Educação do Sagrado Coração (Ciesc) Imaculada Conceição, do bairro Santa Felicidade, em Curitiba, entregaram ontem juntamente com rosas brancas.

A ação tinha como proposta sensibilizar a população sobre o aumento da violência em Curitiba. Há uma semana, Marcelo Guibur dos Santos levou um tiro no rosto e morreu bem em frente à escola, em uma suposta tentativa de assalto. Os comerciantes da região fecharam as portas em apoio à manifestação.

A diretora da escola, irmã Luciane Tafarel Gomes, afirmou que a mobilização era uma resposta à violência ocorrida no portão da unidade. ?Não poderíamos ficar calados diante dessa situação que ocorreu muito perto de nós?, disse a religiosa. Segundo ela, a escola trabalha valores com os alunos ?e com certeza a morte não é um valor?. Para a estudante Mayara Lucca, o que preocupa é que a sociedade não tem reagido à crescente onda de violência na capital, e parece assistir a tudo passiva. ?Tanta coisa acontece e ninguém faz nada para mudar a situação?, afirmou.

A viúva de Marcelo, Maria Silvana Greboge, que também participou da mobilização, disse que está inconformada com a banalidade do crime que tirou a vida do seu marido. E pior: até agora não existe suspeito do homicídio. ?Aliada à dor imensa que estou sentido, está a sensação de impunidade, pois como é que alguém tira a vida de outra pessoa, atravessa a rua e ninguém toma providências?, questionou. Maria Silvana conta que no dia em que Marcelo morreu, ela o aguardava para fechar o estabelecimento que tinham em outro bairro da cidade. ?Ele fazia isso todos os dias com medo que eu fosse assaltada. E quando ele começou a demorar a chegar eu nunca imaginei que uma tragédia poderia ter acontecido?, comentou.

Ao se negar a entregar a chave de sua motocicleta para um suposto assaltante, na Avenida Manoel Ribas, Marcelo levou um tiro e morreu na hora. O motociclista só parou no local em que foi morto porque minutos antes ele trafegava pela avenida e atropelou uma dona de casa de 42 anos. Enquanto conversava com familiares da mulher que já havia sido encaminhada para o hospital -, e explicava que precisava fechar a empresa em outro bairro da cidade, um desconhecido apareceu e pediu a chave da moto. Ao se negar a entregar a chave, Marcelo foi baleado. O autor, um homem que aparentava ter entre 20 a 25 anos, saiu caminhando tranqüilamente pela calçada, como se nada tivesse acontecido. 

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