Estudantes em campanha contra drogas

Cerca de trinta alunos do segundo ano do ensino médio do colégio estadual Maria da Luz Furquim, em Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, promoveram uma campanha, ontem de manhã, para alertar os pais sobre os perigos de um possível envolvimento dos filhos com as drogas. Os estudantes se concentraram em um posto policial da Rodovia dos Minérios ? que liga Rio Branco à capital ? e distribuíram folders e adesivos informativos aos motoristas.

A coordenadora da campanha, professora Helena Rodrigues, conta que a iniciativa de ir às ruas alertar a população sobre os perigos das drogas partiu dos próprios estudantes. “O colégio sempre aborda o assunto e acabou despertando o interesse dos estudantes em fazer a campanha”, afirma. “Eles querem mostrar que são jovens normais, que conseguem se divertir, ter amigos e realizar atividades prazerosas sem precisar de qualquer tipo de droga.”

Segundo Helena, os jovens podem se aproximar das drogas por influência dos amigos, necessidade de auto-afirmação, por prazer, diversão, simples curiosidade, falta de direcionamento para a vida, revolta, ausência de atividades positivas a serem desenvolvidas, para aliviar as tensões, porque crêem na imortalidade ou por vontade de fazer parte de determinado grupo.

Muitas vezes, os pais são os últimos a saber da dependência dos filhos. Ocupados, eles não acompanham o dia-a-dia do jovem, não conhecem seus amigos e não sabem de suas angústias e problemas. “Os pais devem estar sempre atentos ao comportamento dos filhos. Qualquer mudança deve ser percebida e investigada”, diz a professora. É também muito comum que os pais associem a mudança causada pelo uso de drogas a comportamentos típicos da adolescência.

Adolescentes entusiasmados

Cintia Végas

Mesmo debaixo de sol forte, os adolescentes mostravam muito entusiasmo em orientar os motoristas que passavam pela Rodovia dos Minérios. A grande maioria disse nunca ter experimentado qualquer tipo de droga, mas afirmou ter conhecidos, amigos e mesmo parentes dependentes ou ex-usuários.

Para a estudante Marisa Cavalli Bueno, de 16 anos, embora a campanha seja voltada aos pais, envolve de tal forma os adolescentes participantes que também acaba fazendo com que eles pensem mais de uma vez antes de se aproximarem das drogas. “Orientando as pessoas, ficamos também mais conscientes sobre o assunto”, afirma. “Tenho amigos e familiares que se envolveram com as drogas. Vi o sofrimento deles e sei que não é um bom caminho.”

Já o aluno Guilherme Kotoviezy, 18, diz que ainda falta muita informação sobre os males que as drogas causam ao organismo. De acordo com ele, a desinformação gira em torno principalmente do cigarro e do álcool, que praticamente são vendidos livremente aos adolescentes. “Muita gente ainda acredita que o cigarro e o álcool não são drogas, pois os produtos são de fácil acesso. Com a intenção de faturar, alguns comerciantes vendem garrafas de bebidas alcoólicas e cigarros aos adolescentes sem saberem das possíveis conseqüências deste ato.”

Guilherme é contra a legalização do uso da maconha e afirma que a “droga é forte, mas que o ser humano é mais e, com força de vontade, pode vencê-la”.

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