Estudantes da UEPG ficam sem aula

Os cerca de 8,2 mil estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) não tiveram aula ontem por causa da paralisação realizada pelos professores, que reivindicam reajuste salarial. Panfletagem e protestos em carro de som marcaram as atividades do dia.  

De acordo com o presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG (Sinduepg), Sérgio Gadini, cerca de 85% das atividades de ensino foram paralisadas. ?Essa adesão confirma o descontentamento dos professores e conta com o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) para sensibilizar a opinião pública e o governo.? A opinião é compartilhada pelo presidente do Centro Acadêmico de Jornalismo, o estudante Vitor Hugo Gonçalves. ?De maneira geral, os alunos são solidários à paralisação, pois o salário baixo influi diretamente em nós?, acredita.

A responsabilidade de resolver o impasse é do governo, segundo o presidente do sindicato. ?Não somos nós que organizamos o orçamento do Estado, que, ao contrário do que o governo diz, não está tão apertado assim. Para criar cargos de confiança, não se alega limite da Lei de Responsabilidade Fiscal?, exemplifica.

Mesmo com a decisão das universidades estaduais de não entrarem em greve, além da UEPG, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) também decidiram fazer paralisação. O protesto da Unioeste ocorreu no último final de semana e o sindicato marcou nova assembléia para hoje.

A Unicentro reuniu os professores em assembléia na tarde de ontem e decidiu pela paralisação no próximo dia 21. ?Além da discussão salarial, pretendemos debater a precariedade da situação dos professores do Estado?, esclareceu o presidente do sindicato dos professores da Unicentro, Denny William da Silva. O objetivo é unificar todas as universidades estaduais em uma mesma estratégia. Para isso, no sábado irá ocorrer uma reunião no Comitê Estadual em Defesa do Ensino Superior Público do Paraná.

Para os professores, a última reposição do governo estadual aprovada no final de julho, de 6,57%, é insuficiente e eles propõem que o governo apresente um plano de reposição de perdas. ?Desde 1997, ano de implantação do plano de carreira dos professores, a defasagem chega a 45%. O salário para professor em início de carreira é um desrespeito. Como manter um ensino de qualidade assim??, questiona Gadini.

A secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, respondeu que o governo está aberto anegociação e entende que a paralisação é um direito dos sindicatos. 

Voltar ao topo