Estratégia de greve em ano eleitoral dá certo

Cientista social e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira considera as greves como um ingrediente da postura cívica, já que as negociações com o poder público são, geralmente, mais demoradas. “Quanto maior o número de greves, mais sólida a democracia e o nível salarial”, avalia.

Ele ainda destaca que a mobilização de uma categoria contribui para a reunião dos demais trabalhadores. “Quando uma categoria consegue vitórias, estimula as que estão mais defasadas. Muitas categorias também estão acelerando o movimento tentando escapar do período eleitoral, já que é proibido o aumento de salário”, observa.

Entre os trabalhadores da limpeza pública de Curitiba, a decisão de entrar em greve levou em consideração todo o contexto local e nacional. As negociações começaram em janeiro, mas tiveram um desfecho apenas na semana passada. “As negociações foram difíceis, e recebemos propostas muito abaixo das que apresentamos. Contagiados pelo cenário local, onde várias greves estavam acontecendo em Curitiba, os próprios trabalhadores resolveram paralisar as atividades a exemplo dos demais sindicatos. Hoje existe uma grande conscientização por parte dos trabalhadores para lutar por seus direitos. Isso significa que a maturidade dos trabalhadores tem evoluído bastante”, considera o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba e Região (Siemaco), Manassés Oliveira da Silva.

Colaborou: Jaqueline Ribeiro

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