Estado criará novas unidades de recuperação de menores

Há males que vêm para o bem. A rebelião no Educandário São Francisco, que atende menores de idade que cumprem pena, custou a vida de alguns jovens, mas foi um grande empurrão na reestruturação do sistema reformatório dos adolescentes condenados pela Justiça.

A Promotoria da Criança e do Adolescente, tendo como aliada a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), já vinha há algum tempo cobrando atenção à situação dos educandários. Com a tragédia no São Francisco, o governo do Estado concentrou forças para atender às sugestões da comissão.

Segundo o coordenador do centro de apoio operacional da Promotoria da Criança e do Adolescente, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, seis novas unidades de recuperação estão sendo criadas. ?O governo do Estado já iniciou o processo de licitação e já lançou o concurso público para a capacitação do pessoal que vai atender nessas unidades e nas que já existem?, diz.

As novas unidades serão instaladas na Região Metropolitana de Curitiba (duas), em Ponta Grossa, Cascavel, Maringá e Laranjeiras do Sul. No total, serão 480 novas vagas para receber adolescentes condenados pela Justiça. ?Em cada uma das novas unidades, haverá 40 vagas de internação definitiva e outras 40 para internação provisória. Mas as alas serão bem separadas?, garante Sotto Maior. Com 80 vagas em cada unidade, a Procuradoria espera uma execução mais individualizada, o que favorecerá a recuperação mais eficiente dos adolescentes. ?Será um atendimento mais personalizado.?

Além da criação de novos educandários, a unidade de São Francisco já está vivendo uma experiência que deve ser estendida a outros adolescentes. ?No setor que trata dos adolescentes considerados de alto risco, a psicóloga Paula Gomyde vem desenvolvendo um projeto de recuperação inédito, que já recuperou jovens considerados sem chances de reposição ao convívio social.?

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