O Paraná deseja cumprir os oito objetivos do milênio até 2010, cinco anos antes do prazo estipulado para todos os países do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para que isso seja possível, está sendo realizada em Curitiba, na sede do Cietep, a Semana da Cidadania e Solidariedade.
O evento, que vai até o próximo domingo e integra o projeto Nós Podemos Paraná, proposto pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, órgão consultivo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, tem como intenção fortalecer projetos e ações já vinculadas ao cumprimento dos objetivos e incentivar o desenvolvimento de novos trabalhos. ?A meta mundial é cumprir os objetivos do milênio até 2015. Porém, o Paraná quer se antecipar e necessita da colaboração de todos. Para que a melhoria da qualidade de vida da população seja possível, não apenas o poder público deve fazer a sua parte, mas também a sociedade civil organizada e o setor produtivo?, afirma a coordenadora do projeto Nós Podemos Paraná, Maria Aparecida Zago.
O cumprimento dos objetivos, segundo Maria, está muito ligado à disponibilidade dos cidadãos em realizar trabalhos voluntários. O número de pessoas envolvidas com o voluntariado cresce a cada ano. Entretanto, para muitas delas, ainda falta um maior comprometimento. ?Através do voluntariado, os cidadãos deixam de trabalhar para o Estado, realizando filantropia, e passam a trabalhar com o Estado. A consciência da importância do voluntariado vem aumentando. Porém, o comprometimento das pessoas em realmente realizarem aquilo a que se propõem a fazer ainda é um desafio?.
Objetivos
No Paraná, o objetivo que está mais próximo de ser alcançado é o de garantia de educação básica para todos. Segundo a coordenadora do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade, Luciana Brenner, em 2004, 95,3% das crianças que deveriam estar cursando o ensino fundamental estavam devidamente matriculadas em instituições de ensino. Agora, para que o objetivo seja cumprido de forma integral, ainda falta que a educação seja fornecida com qualidade e que a permanência na escola seja garantida, sendo que 50% dos estudantes que iniciam o ensino fundamental não concluem o ensino médio.
As metas que ainda estão longe do alcance dos paranaenses dizem respeito à melhoria da saúde das gestantes e ao combate da aids. Em relação às gestantes, o grande problema é a mortalidade. Atualmente, no Estado, 69,7 mulheres grávidas em cada 100 mil morrem devido à falta de acompanhamento médico. A intenção é de que esse número seja reduzido para 25,7. A proporção de mães com menos de vinte anos também é preocupante: de cada cinco bebês, um é gerado por mãe adolescente.
Quanto à aids, dos 399 municípios paranaenses, apenas 103 não possuem nenhum caso identificado. ?Esse número é considerado bastante pequeno, pois o Paraná tem 210 municípios com menos de 100 mil habitantes. Hoje, percebemos que a aids cresce na medida que aumenta a urbanização e o desenvolvimento das cidades e que já não existem mais grupos de risco?, comenta Luciana. ?Para resolver o problema, é preciso que hajam ações de alerta à população, mas também que cada pessoa se cuide e aja de maneira consciente. A aids é uma questão muito individual?.