Empresa acusada de não pagar fiscais em concurso

A empresa Assessoria de Estudos Avançados (Aesa), que realizou o concurso da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em maio, no Paraná, até hoje não pagou pelo serviço dos fiscais contratados para atuar nos locais de provas, segundo denúncia deles próprios.

Os trabalhadores, a maioria profissionais da área de educação, ficaram sabendo da oportunidade por meio das escolas onde atuam. Eles receberam como proposta a remuneração de R$ 50 por cerca de cinco horas de trabalho, cujo valor seria depositado diretamente em conta bancária. A promessa também era repassar recursos para as escolas que serviram de sede para o concurso.

As provas foram realizadas em Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel, Maringá e Londrina, e em todas as cidades ninguém teria recebido pelo serviço. Ontem, os cerca de 250 professores lesados de Cascavel protocolaram uma denúncia no Ministério Público do Trabalho.

O professor de Curitiba Luiz Carlos Corrêa conta que os fiscais não assinaram qualquer tipo de contrato, no entanto, forneceram os dados pessoais para o cadastro.

“Eles prometeram que pagariam em até três dias”, diz. A empresa que realizou o concurso foi contratada pelos Correios através de licitação e tem sede em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

De acordo com a professora de Curitiba Luciana Schwarzbach, colegas que também levaram o calote chegaram a ligar para Campo Grande em busca de informações. Mas teriam obtido como resposta que a empresa ainda aguardava o pagamento por parte dos Correios.

No entanto, a assessoria de imprensa dos Correios confirma que o pagamento já foi feito à Aesa, não revelando o montante. A ECT afirma que a Aesa chegou a receber uma multa por questão contratual, mas não revelou o motivo, afirmando que não tem qualquer ligação com a qualidade do concurso.

Mas não é o que pensam os professores. Em Ponta Grossa, apenas um fiscal da Aesa teria comparecido à cidade no dia do concurso para acompanhar as provas em seis locais diferentes.

Foram os próprios professores que receberam os malotes com as provas e as distribuíram para os candidatos, situação que colocaria em dúvida a idoneidade do concurso.

A reportagem de O Estado tentou por diversas vezes entrar em contato com a sede da Aesa em Campo Grande. A pessoa que atendia às ligações se dizia estagiária do local e prometeu passar os recados ao responsável, que não deu retorno.