Doação de órgãos é tema de evento nacional

Cerca de 4 mil pessoas, em todo Paraná, estão na fila à espera de um transplante de órgão. No Brasil, são aproximadamente 60 mil adultos e crianças que enfrentam a situação.

Com o objetivo de minimizar o sofrimento desses pacientes, até o próximo sábado está sendo promovida a Semana Nacional do Doador de Órgão, com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema.

Ontem, em Curitiba, o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) deu início a um ciclo de atividades de sensibilização. Panfletos informativos foram entregues às pessoas presentes e amostras de sangue foram coletadas por integrantes do Biobanco, para cadastro de possíveis doadores de medula óssea.

O slogan das atividades no HC é “Manifeste seu amor, seja um doador. Avise sua família”. Na Santa Casa, no domingo, também com a intenção de conscientização, foi lançada a campanha “O bem que você faz volta para você”.

“Queremos que as pessoas conversem com seus familiares e manifestem seu desejo de serem doadoras. No momento do falecimento de um ente querido, muita gente encontra resistência em doar por não saber se esse era o desejo do familiar”, comenta a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HC, Maria Cecília Coser.

Outro fator que impede as pessoas de doarem é o medo de que o corpo do familiar fique deformado para o velório, principalmente quando se trata de doação de ossos e córneas.

Segundo Maria Cecília, a retirada de órgãos é uma cirurgia como outra qualquer e o corpo é recomposto após a doação. Dessa forma, o doador pode ser velado normalmente, sem que ninguém perceba que algum órgão foi retirado.

A doação pode ser realizada em casos de parada cardiorrespiratória e morte encefálica. Dependendo do estado clínico do doador, quase todos os órgãos podem ser aproveitados para transplante. Um único doador pode ajudar a salvar a vida de várias pessoas.

“Em 2004, passei por um transplante de coração e tive como doador um garoto de 15 anos, de Guarapuava. Acredito que só quem já precisou de um novo órgão sabe realmente a importância da doação. Antes de passar pela cirurgia, fiquei vários dias internado e tive a chance de fazer o transplante duas vezes, mas as famílias dos possíveis doadores negaram a retirada dos órgãos. É uma situação muito difícil”, diz o transplantado João Toso, de 67 anos, que é um dos protagonistas da campanha da Santa Casa.

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