Dnit define se ponte na BR-116 terá obra emergencial

O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit) deve chegar hoje a uma conclusão sobre a necessidade ou não de se começar obras emergenciais no aterro da ponte sobre a represa do Capivari, na BR-116. No último dia 23, completaram-se seis meses desde que parte da ponte que liga Curitiba a São Paulo desabou. O prazo de 180 dias para reconstruir a obra se mostrou insuficiente e até agora nem o projeto de reconstrução ainda está concluído.

De acordo com o coordenador do Dnit do Paraná, David Gouvêa, a preocupação agora recai sobre o restante da ponte que ficou de pé. É que o maciço sob o qual estava estruturada a ponte continua se movimentando numa velocidade preocupante. ?A ponte em funcionamento está sob controle. Ali já foi feita a obra de contenção e não há perigo. Mas ainda não sabemos se esta movimentação do maciço está atingindo os pilares do restante da outra ponte?, afirmou Gouvêa.

Para certificarem-se disso, técnicos do Dnit e das empresas de engenharia que estão cuidando da contenção do aterro vêm realizando medições constantes desde o último sábado. A forte chuva do fim de semana contribuiu para que o aterro se movimentasse ainda mais e estima-se que, de sábado até a tarde de ontem, o aterro tenha avançado pelo menos 30 centímetros em direção aos pilares.

De acordo com Gouvêa, hoje devem ser concluídas as análises para ver se vai ser preciso caracterizar emergência para conter esta nova movimentação do maciço. De qualquer forma, o projeto de reconstrução da ponte já está na sede do Dnit em Brasília e está sendo analisado. ?Nossa preocupação agora é garantir que aquela parte que ficou de pé permaneça assim. Se for verificado que vai ser preciso realizar novas obras para aliviar o terreno, teremos que criar uma estabilização para não comprometer o restante da estrutura e, também, reforçar e recuperar o pilar?, disse.

A preocupação em preservar os pilares do terceiro vão da ponte é porque, depois que a obra foi reformada, há cerca de cinco anos, os vãos da ponte que eram independentes, foram solidarizados em blocos. Ou seja, caso os pilares do terceiro vão caiam, vão desabar outros quatro vãos da ponte, permanecendo de pé apenas dois dos seis que formavam a estrutura.

Ainda não se tem idéia de quanto irá custar a reconstrução da ponte. Até agora, só com as obras de contenção, o Dnit já gastou perto de R$ 6 milhões. Caso seja decretada emergência para conter o aterro e reconstruir a ponte, o poder público pode iniciar a obra contratando uma empresa especializada para fazer o trabalho, sem a necessidade de licitação.

Impasse

Outra ponte que preocupa as autoridades do Paraná é a ponte Manoel Ribas, em União da Vitória. Mais conhecida como Ponte do Arco, ela fica sobre o Rio Iguaçu e apresenta um desnível. As fundações, que são feitas de madeira, estão comprometidas, o que impediria o tráfego pesado na área. No entanto, por conta de um impasse político e judicial, ninguém se responsabiliza pela ponte.

O Dnit entende que o trecho onde ela está localizada foi estadualizado a partir do dia primeiro deste ano, por meio de uma medida provisória (MP). No entanto, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) não reconhece o processo, uma vez que a MP não foi transformada em lei. O projeto foi vetado em maio de 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Gouvêa afirma que está impossibilitado de realizar qualquer tipo de ação na Ponte do Arco por conta do impasse. ?Tecnicamente, o Dnit tem competência para realizar o reparo, mas tenho ordens superiores de não fazer nada ali. Por isso, não sei informar quem está cuidando do tráfego na ponte. Nós, não estamos?, afirma. 

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