Disputa eleitoral na UEPG rende discussões

Alunos, professores e servidores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) vão às urnas amanhã para o que promete ser a mais acirrada disputa eleitoral da história da instituição, criada oficialmente em 1970. Duas chapas disputam a preferência do eleitorado para comandar a universidade nos próximos quatro anos: "Crescimento com Qualidade", liderada pelos professores João Carlos Gomes e Luciano Vargas, e "Uma outra UEPG é Possível", comandada pelos professores Pedro Rodrigues Júnior e Sérgio Escorsim.

O professor João Carlos Gomes concorre pela segunda vez, foi reitor entre 1990 e 1994, quando venceu o professor Sérgio Escorsim, que agora é candidato a vice-reitor na chapa de oposição, liderada pelo professor Pedro Rodrigues Júnior, disputando o cargo de reitor pela primeira vez.

Com as últimas pesquisas de opinião mostrando equilíbrio (algumas chegam a apontar empate técnico), o pleito vem sendo motivo para discussões e polêmicas. Como a eleição é paritária – dividida em três seguimentos, alunos, professores e funcionários – cada segmento tem um peso de um terço no total de votos. Assim, enquanto o voto de um professor tem valor 1, o de um servidor vale 0,8 e o do aluno, 0,1. Com o índice histórico de abstenções por parte dos alunos beirando os 50%, o voto do aluno passa ter um peso ainda menor na decisão.

Preocupada com isso, uma comissão de estudantes procurou a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Ponta Grossa, que enviou ofício à universidade solicitando esclarecimentos sobre as regras e a fórmula matemática utiliza no pleito. A Promotoria recomendou, ainda, em caráter de sugestão, que a reitoria possibilite a auditoria por parte das chapas escritas, permitindo a indicação de técnicos para auditar o software a ser utilizado na eleição. "Foram apenas um pedido de esclarecimentos e algumas sugestões, para garantir a transparência do processo. Nossa fiscalização não termina aqui, há um processo administrativo que pode ser instaurado para garantir a legitimidade do pleito, mas acreditamos que não será necessário interferir", comentou o promotor de Justiça Fuad Faraj.

Para o presidente da Comissão Eleitoral da UEPG, professor Luís Antônio Regailo, as recomendações são normais. "Não há nada de excepcional. Estamos preparando a redação final e logo já responderemos à Promotoria", disse.

Regailo reconheceu a legitimidade da solicitação, disse estar disposto a esclarecer qualquer dúvida, mas lembrou que uma eleição em universidade tem regras específicas e que, na UEPG, elas funcionam desde 1990. 

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