Apenas dois representantes estudantis compareceram ontem ao auditório da Urbs, em Curitiba, para a segunda reunião voltada à discussão da implantação do passe livre. A ausência dos estudantes aconteceu em função da visita do presidente venezuelano Hugo Chávez ao Paraná. A maioria dos jovens preferiu recepcionar a autoridade.
O diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marc Souza, e a presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Sara Cavalcante, assistiram a uma explanação do gerente de operação da Urbs, Luiz Filla. A um auditório praticamente vazio -também estavam presentes alguns integrantes da Secretaria Municipal de Governo e da Secretaria de Estado da Educação -, ele falou sobre a metodologia tarifária do sistema integrado de transporte da grande Curitiba.
"Não posso ser contra nem a favor da adoção do passe livre. Atualmente, os estudantes, em algumas situações, já possuem um desconto de 50% no valor da tarifa do transporte coletivo. Esse valor é embutido no sistema. Agora, com o passe livre, acredito que o que precisamos buscar é uma fonte de recursos para que as isenções se tornem possíveis. Porém, ainda não dá para dizer se o passe é ou não viável", afirmou.
Por parte dos estudantes, não houve novas propostas, ao contrário do que estava sendo esperado pela Urbs. Sara e Marc declararam que vão levar as informações passadas sobre a metodologia tarifária a outros estudantes e elaborar uma proposta em conjunto com a UFPR, com a qual foi estabelecida uma parceria para discussão do assunto. Ambos consideraram que a pequena participação dos estudantes no encontro não deva prejudicar conversações futuras com a Urbs.
Novas reuniões ainda devem ser agendadas entre as duas partes nos próximos meses. "A questão do passe livre não será definida em apenas uma ou duas rodadas de reuniões. É um assunto complexo, que precisa ser analisado com cautela, necessita de muitas análises e estudos", disse Sara, já prevendo que as negociações devam ser longas.