Diretor do HC rebate denúncias contra UTI

O diretor-geral do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Giovanni Loddo, caracterizou como de “má-fé” as denúncias referentes à unidade de terapia intensiva (UTI) adulta do hospital. Na última segunda-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditest-PR) protocolou denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF) alegando que na UTI há falta de funcionários; os médicos residentes estão exercendo funções inadequadas e sem acompanhamento; existe grande risco de infecções na unidade; e a direção do HC vem sendo omissa na solução dos problemas.

Loddo destacou que é inoportuna a intervenção do sindicato num momento onde algumas soluções estão bem próximas. Questionando os reais interesses do órgão sindical, o diretor-geral afirmou que dentro de trinta dias já devem estar trabalhando os 159 novos funcionários que foram aprovados em concurso público. Ele destacou que numa análise comparativa feita com outros quatro grandes hospitais da capital, o HC fica dentro da média de leitos na UTI. No número de horas disponíveis do funcionário em relação aos leitos, o hospital tem um coeficiente de 120 horas trabalhadas, superior a três dos quatro outros hospitais. ” Temos 56 funcionários na UTI adulta. O número é suficiente. O problema é que devido a falta de funcionários em outros setores, alguns da enfermagem as vezes têm que se afastar. Outros acabam dobrando o serviço, cansando mais e faltando alguns dias”, contou Loddo. Ele explicou que todo o problema será resolvido a partir de um remanejamento dos funcionários que será feito após um estudo do departamento de recursos humanos do hospital. Aqueles que se adaptarem melhor na “área de risco” continuarão, os demais serão conduzidos a outros setores e substituídos por novos contratados. “É apenas um trabalho de adaptação à função. Garanto que ninguém será demitido, muito menos prejudicado”, afirmou o diretor-geral, destacando que mesmo com a contratação de novos funcionários o HC ainda ficará com um déficit de cerca de 500 pessoas.

Luta

A omissão da direção do HC, apontada pelo sindicato, foi rebatida com veemência por Loddo. Ele contou que as informações dadas ao MPF sobre a condição da UTI do hospital já haviam sido passadas pela própria direção em março deste ano. Na época foi instalado uma ação civil pública pedindo a imediata contratação temporária de mais funcionários. Em 1.ª instância foi indeferida em Curitiba. Já em 2.ª instância, o juiz Edgar Lippimann do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª região acatou o pedido e obrigou a contratação imediata pelo Estado, de forma provisória, de 180 profissionais. “A decisão foi em 24 de abril. Todavia só foi publicada em Diário Oficial no final de junho”, contou Loddo, garantindo que tinha certeza que conseguiria mais funcionários para casa. Loddo lembrou que entre as ações para tentar resolver o problema, foi ao presidente em exercício Marco Maciel e chegou a pedir para que Procuradoria Geral da União usasse a Lei de Calamidade Pública para tentar resolver os problemas. “Tudo que é possível está sendo feito. Não sei de onde eles tiraram essa idéia de omissão”, reclamou.

Loddo explicou que realmente há possibilidade de infecções na UTI do HC. “Num local onde há lotação de pacientes com doenças graves, e as vezes falta pessoas do setor de enfermagem, há risco de contaminação e eu não posso esconder isso”, confidenciou. Loddo destacou que os médicos residentes do HC fazem seu trabalho sempre supervisionados por médicos tutores.

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