Diagnóstico precoce é o melhor remédio contra leucemia

As dores nas pernas fizeram com que Ana Cristina Moreira da Silva levasse a filha Lualana ao hospital, em Palmas, na região sul do Paraná, onde elas residem. O primeiro médico que a atendeu disse que eram chamadas “dores do crescimento”.

Mas uma tomografia indicou a possibilidade de Lualana, de 9 anos, ter leucemia. O diagnóstico se confirmou. “Eu levei a milha filha ao médico assim que ela começou a sentir essas dores nas pernas”, conta Ana Cristina.

Com a notícia, Lualana ficou internada no hospital por 23 dias e depois foi para a casa de apoio da Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (Apacn), em Curitiba.

Está lá há nove meses e em breve entrará na fase de manutenção do tratamento, quando virá para Curitiba somente a cada 21 dias para sessões de quimioterapia. Enquanto isso não acontece, Lualana vai diariamente ao hospital e se dedica à leitura, hábito que adora.

A Apacn alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes, como foi o caso de Lualana, para aumentar as chances de cura. A instituição vai realizar uma programação de atividades para tratar deste tema e conscientizar a população no Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-juvenil, na próxima terça-feira (23).

Haverá uma missa, ciclo de palestras, jantar beneficente e uma caminhada no Parque Barigui, onde a população será convidada a doar sangue. Assim é possível encontrar potenciais doadores de medula óssea para quem tem leucemia.

“Já há seis anos estamos com essa proposta, focando na importância do diagnóstico precoce. Temos casos em que, até chegar no diagnóstico de câncer, passou um ano, indo de médico em médico”, conta a presidente da Apacn, Vera Andretta.

Leucemia

Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que cerca de 9 mil novos casos de câncer infanto-juvenil são detectados a cada ano em todo o País. Aproximadamente 25% de todos os cânceres que podem aparecer em crianças e adolescentes são leucemias.

Os sintomas destas são pele pálida, falta de apetite, sonolência, sangramento nas narinas e gengivas, manchas roxas pelo corpo (onde dificilmente haveria hematomas por batidas), dores nas pernas (o dia todo) e ínguas no pescoço.

“Com a criança, não tem como trabalhar com a prevenção. Temos que insistir no diagnóstico precoce. Quanto mais cedo vier o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Os pais devem ficar atentos a isto”, comenta a médica oncologista pediátrica Leniza Costa Lima Lichtvan.

O tratamento começa imediatamente assim que o diagnóstico é confirmado, com sessões de quimioterapia. A programação completa para o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-juvenil está no site www.apacn.org.br.