Detran quer implantar escola de trânsito

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a cada hora cerca de duas pessoas perdem a vida no trânsito no Brasil. Em 2002, o ano fechou com 18.877 vítimas fatais, sendo 1.501 no Paraná, e 78 em Curitiba. Esta semana o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou uma resolução que num futuro próximo pode ajudar o país a melhorar as suas estatísticas. A medida estabelece os critérios de padronização para o funcionamento das Escolas Públicas de Trânsito (EPT), com a missão de promover a educação no trânsito. No Paraná, o Departamento de Trânsito (Detran) começou a estudar o decreto para implantar uma unidade.

Foto: Portos Casela/O Estado
Imprudência é principal causa de acidentes nas grandes cidades.

A medida foi publicada na última segunda-feira no Diário Oficial e já era prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A coordenadora do Denatran, Juciara Rodrigues, explica que as escolas devem funcionar junto à estrutura do órgão executivo do trânsito dos estados e municípios, e vão ter profissionais com formação específica em educação para o trânsito. As escolas têm a missão de promover o convívio social no espaço público, com o objetivo de fomentar uma melhor compreensão do sistema de trânsito com ênfase na segurança e no meio ambiente.

Foto: Alberto Melnechuky/O Estado
Brasil é um dos países com maior número de mortes no trânsito.

Mas ainda não existe um prazo limite para que as escolas sejam implantadas e, pelo visto, ainda deve demorar um pouco. Antes, cada órgão executivo vai ter que elaborar um projeto definindo os moldes do funcionamento, definir temas, estabelecer currículos e conteúdos programáticos a serem desenvolvidos, planejar e executar cursos, ações e projetos educativos de trânsito, avaliações periódicas das ações implementadas, entre outros. ?Cada EPT deve atuar de acordo com a sua própria realidade?, comenta Juciara.

Se em 2002, a cada hora duas pessoas morreram nas estradas, outras 36 ficaram feridas e parte desse grupo carrega seqüelas irreversíveis, como problemas neurológicos. A educação no trânsito pode não resolver o problema, mas deve ao menos amenizar a situação. De acordo com a coordenadora, os motoristas conhecem bem as leis, mas muitas vezes preferem ignorá-las. Boa parte dos acidentes é causada pela imprudência e a alta velocidade, além do consumo de bebidas alcoólicas.

Mas além de reduzir o número de acidentes, as EPTs devem também deixar o trânsito mais humano. O que se vê hoje é um festival de agressões e as faltas de paciência e gentileza entre os motoristas. ?As escolas vão promover o respeito e a solidariedade?, comenta. No Paraná, esta semana o Detran tomou conhecimento da resolução e já começa o estudo para a elaboração de uma unidade da escola. 

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