Depois de muito esforço curitibano reencontra mãe

Os últimos dois dias foram de muita felicidade para o curitibano Claudinei da Silva, de 23 anos. Levado para a Suíça aos seis anos de idade, ele retornou ao Brasil em março deste ano para procurar a família. Após muitos esforços, o sonho se realizou na última quinta-feira, quando reencontrou a mãe Maria Aparecida da Silva e o irmão Sidney da Silva. Ontem, ao lado deles, Claudinei viajou para Foz do Iguaçu para rever o pai, os primos e os tios.

A história de Claudinei é repleta de encontros e desencontros. Pouco tempo antes de ir para a Suíça, ele e outros seis irmãos foram deixados no educandário São Francisco, em Curitiba, por uma tia. “Tive uma depressão muito forte e fui internada. Então, deixei as crianças com uma tia, que as colocou no educandário”, diz Maria Aparecida. Quando se recuperou, Maria conta que foi à instituição pegar os filhos. Chegando lá, descobriu que quatro haviam fugido e os dois menores, Claudinei, de seis anos, e Odair, de três, haviam sido transferidos para um educandário de São Paulo. “Passei um longo período de tempo tentando descobrir o nome do educandário para o qual eles haviam sido levados. Depois de muita procura, descobri que os dois haviam sido adotados e estavam morando na Suíça. Nunca mais consegui qualquer notícia deles”, lembra.

Na Suíça, Claudinei foi morar com o casal que o adotou. Depois de quatro anos, marido e mulher se separaram e abandonaram o garoto, então com dez anos, em um abrigo. Ele conta que nunca esqueceu os pais verdadeiros e sempre desejou reencontrá-los. Nos últimos anos, começou a procurar informações sobre sua família. Com a ajuda de uma missionária evangélica suíça, conseguiu voltar ao Brasil em março.

Chegando em Curitiba, Claudinei, que só falava francês e tinha poucos conhecimentos de português, foi morar com o casal João Batista e Ivone Araújo, que souberam de sua história e eram conhecidos da missionária. “Fomos ao Juizado de Família e à programas de televisão, para ver se conseguíamos alguma notícia da família de Claudinei. Depois de muitas informações desencontradas, conseguimos o telefone de uma tia do rapaz, que nos levou até Maria Aparecida, que mora com o resto da família em Foz”, declara Ivone.

Após receber o telefonema de Ivone, Maria seguiu para a capital com Sidney. Claudinei ficou feliz em rever os parentes, mas muito triste ao descobrir que três de seus irmãos já haviam morrido. Agora, ele faz planos de morar no Brasil. “Estou reaprendendo a falar português e quero ficar por aqui”, revela. O jovem ainda não sabe se vai morar em Foz do Iguaçu ou traz a família para viver com ele em Curitiba. A única certeza é que ele nunca mais quer se distanciar dos familiares. “Agora que os encontrei, não quero mais me separar deles.”

O irmão mais novo de Claudinei, Odair, continua morando na Suíça, com o casal que o adotou. Eles se falam com freqüência. “Também tenho vontade de rever meu filho mais novo, mas soube por Claudinei que ele está bem na Suíça e não deseja rever a família brasileira”, lamenta Maria.

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