Será o fim?

Demissões de funcionários podem fechar o Hospital de Clínicas

“É impossível o hospital funcionar sem eles, principalmente porque o governo não faz concurso público e há uma carência de aproximadamente 600 técnicos no HC”, alerta Marcio Palmares, diretor do sindicato dos trabalhadores em universidades públicas do Paraná (Sinditest-PR). Atualmente a instituição conta com 1.968 funcionários concursados da UFPR e 936 da Funpar.

Como forma de pressionar as autoridades a rever a questão das demissões, os trabalhadores vinculados à Funpar aprovaram ontem, em assembleia, indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de 3 de abril. Na próxima quarta-feira (26), farão nova assembleia para confirmar a data de início da paralisação e aprovar a pauta específica de reivindicações. “A intenção é impedir que um terço da força de trabalho empregada no HC seja demitida e suas famílias sejam prejudicadas”, explica Palmares. Neste grupo de quase mil trabalhadores com os empregos ameaçados estão auxiliares e técnicos de enfermagem, assistentes sociais, fisioterapeutas, além de cargos administrativos, nas áreas de informática, contabilidade, recursos humanos e recepção.

Na opinião do sindicalista, a decisão da demissão do pessoal ligado à Funpar “é o primeiro ato do processo de privatização, para poder implementar a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares”, critica Palmares, referindo-se à empresa criada pelo governo federal para gerenciar o efetivo de hospitais universitários. Tanto o Sinditest quanto a reitoria da UFPR são contra a adesão do HC à Ebserh. “É um golpe duríssimo contra a população, principalmente os mais pobres. Não podemos permitir que o hospital seja dado à iniciativa privada”, avalia o dirigente sindical. Ele lembra que no ano passado a ação do Tribunal de Contas do Estado impediu a realização de horas extras e o pagamento de plantões adicionais, “prática que se realizava há décadas para e resultou no fechamento de 114 leitos”.

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