Deficientes físicos com poucas oportunidades

Das cerca de 25 milhões de pessoas portadoras de deficiências físicas, mentais, visuais e auditivas existentes no Brasil, 70% estão fora do mercado de trabalho. Com a intenção de mudar essa realidade, a Pastoral das Pessoas com Deficiência está realizando, em Curitiba, o I Fórum Paranaense de Inclusão de Pessoa com Deficiência, que busca promover uma reflexão sobre o assunto.

Desde 1991, está em vigor no País a Lei 8213, que garante vagas a portadores de necessidades especiais em empresas que tenham a partir de cem funcionários. Para estabelecimentos que empreguem entre cem e duzentas pessoas, 2% das vagas devem ser destinadas a deficientes. Para aquelas que tenham entre duzentos e quinhentos funcionários, 3%. Acima de quinhentos, 5%. Porém, ainda são poucos os locais que conseguem colocar isto em prática. ?Com a lei, está sobrando vagas para pessoas portadoras de deficiências. O motivo disso é que não está havendo uma adequação dessas vagas a quem tem algum tipo de necessidade especial. As empresas geralmente são muito exigentes e não se preocupam realmente com a inclusão?, comenta o assessor da Pastoral, padre Ricardo Hoepers.

A solução do problema, segundo o padre, seria as empresas passarem a investir mais na capacitação de funcionários com necessidades especiais e, além disso, adaptarem seus espaços físicos para recebê-los, possibilitando maior acessibilidade. ?As pessoas com deficiências são muito capazes e, como outros cidadãos, precisam ser capacitadas para exercer determinadas funções. Defendemos a inclusão com qualidade. Quando ela acontece, geralmente as empresas passam a ter ambientes mais harmônicos e de maior solidariedade e colaboração.?

Orientações

Entre os participantes do Fórum, estão diversos empresários. Muitos deles começam a buscar orientações para realizar a inclusão de forma efetiva dentro de suas organizações. É o caso da analista de benefícios da empresa Aker Kvaerner, que atua no ramo de celulose e petróleo, Margarida H. Kowalski. ?Empregamos 420 funcionários e temos que destinar 3% de nossas vagas a portadores de deficiências. Não queremos fazer isso de qualquer jeito e, por isso, estamos começando a nos inteirar mais sobre o assunto, descobrindo onde podemos encaixar funcionários com necessidades especiais. Acredito que a presença deles só vai trazer ganhos à empresa, tornando-a mais humana e melhor vista no mercado?, afirma. 

Voltar ao topo