Um atraso inesperado na dedetização feita na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Maternidade Santa Casa de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, obrigou a instalação da unidade em um espaço improvisado. Segundo o diretor clínico da entidade, Winston Bastos, o espaço era para ser reocupado na segunda-feira, mas o médico afirma que o cheiro das substâncias no local ainda é muito forte.
A inusitada situação se soma ao problema, já enfrentado pela região, de falta de vagas na UTI neonatal. Os Campos Gerais contam apenas com dez leitos neonatais que atentem pelo Sistema Único de Saúde (SUS): seis na Santa Casa de Ponta Grossa e quatro na Santa Casa de Irati para atender 12 municípios.
Como todas as vagas estão ocupadas, os médicos são obrigados a atrasar o nascimento de crianças prematuras com remédios. De acordo com Bastos, um bebê prematuro pode ter que ficar internado pelo menos dois meses na UTI, o que causa atraso. ?Não tem vaga nem em Ponta Grossa, nem na região?, afirma o diretor.
Ontem, apenas no Hospital Evangélico de Ponta Grossa, três gestantes esperavam para ter os bebês precocemente, o que era contido através de medicamentos. Segundo a instituição, até mesmo cirurgias cesarianas estão sendo evitadas.
O promotor de Justiça de defesa da saúde pública do município, Fuad Faraj, diz que o Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná já considerou que Ponta Grossa tem leitos suficientes para atender a população infantil da região. O Ministério Público vinha há anos brigando, inicialmente, para ter os leitos, e depois para aumentar este número.
A promotoria sustentava os pedidos em números oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS), que prevê três leitos de UTI para cada mil nascidos vivos como número ideal, o que elevaria o número na cidade para 33. Em novembro do ano passado, o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, anunciou a disposição do governo do Paraná em criar mais quatro leitos de UTI neonatal na Santa Casa da cidade, porém até agora não saiu do papel.