Desempenho e boa aparência física são fundamentais para os curitibanos na hora do sexo. A imagem é fator importante para o estímulo sexual para mais de 90% dos homens e para 70% das mulheres da capital. Pelo menos foi o que constatou a pesquisa Mosaico Brasil, divulgada ontem e que ouviu 1.643 homens e mulheres com mais de 18 anos nas cidades de Curitiba e Porto Alegre. Realizada em todo o Brasil, a pesquisa pretende mapear ao longo do ano o perfil afetivo e sexual do brasileiro em 10 capitais. O resultado do estudo nas cidades de Rio de Janeiro e Belo Horizonte foi divulgado no mês passado.
Conduzido pela professora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o estudo demonstrou uma mudança de comportamento nos curitibanos e gaúchos na última década. Segundo Carmita, há dez anos o assunto sexualidade era tratado com inibição dentro de casa. Agora, a maioria dos entrevistados afirmou conversar com a família sobre sexo.
Preocupação freqüente está em relação ao desempenho sexual, para praticamente 90% dos curitibanos e gaúchos de ambos os sexos. Outro fator que influencia o sexo é sentir-se bem fisicamente, apontado por 58,3% dos homens e por 71,5% das mulheres de Curitiba. Mais de 65% dos homens e mulheres concordam que a preocupação da mulher com sua própria aparência física é comparável com a do homem em não falhar. Nessa linha, tanto o sexo masculino quanto o feminino têm medo de decepcionar o parceiro, indicado por 63,5% dos curitibanos e 62,3% das curitibanas. Para mais de 80% da população da capital, a classificação de sua vida sexual é boa ou excelente, com uma freqüência de duas ou três relações por semana.
Disfunção
Metade dos homens de Curitiba tem algum grau de disfunção erétil (incapacidade de atingir e/ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual), entre leve e completa. “Foi muito interessante avaliar por essas respostas que os índices de homens que referiram dificuldade de ereção coincidem com os já divulgados por nós em estudos anteriores”, aponta a coordenadora. Segundo a pesquisa, a insegurança costuma ser fator freqüente para a disfunção em homens mais jovens. Com mais idade, é comum o homem apresentar dificuldades de ereção por razões de origem orgânica, por causa de problemas como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos. Para melhorar a ereção, o uso de medicamentos costuma ser aceito pelas mulheres: apenas 6,7% das curitibanas declararam ser totalmente contra. No entanto, apesar dos 10 anos do Viagra, em torno de 40% das mulheres entrevistadas revelaram não saber se o homem deve ou não usar o medicamento.
Qualidade de vida divergente entre capitais
Quando o assunto é qualidade de vida, as opiniões são bem divergentes entre os sexos e as duas cidades pesquisadas. Para os curitibanos, entre os principais indicadores para uma vida com qualidade estão alimentação saudável e tempo de convivência com a família, seguidos por atividade sexual satisfatória e qualidade do sono.
Já os homens de Porto Alegre acreditam que alimentação saudável é o principal, antes de convivência social, atividade sexual satisfatória e tempo de convivência com a família. Para as mulheres gaúchas o sexo aparece só na oitava posição, sendo antecedido por alimentação saudável, convivência com a família, qualidade do sono, convivência social, exercer um hobby, cuidados com a saúde e trabalhar no que gosta. As curitibanas ainda acrescentam mais um item a essa lista, e o sexo fica com o 9.º lugar: alimentação saudável e tempo com a família, qualidade do sono, saúde, trabalhar no que gosta, exercer um hobby, convivência social e prática de exercícios.
A freqüência semanal com que homens e mulheres fazem sexo é semelhante nas, duas cidades. Gaúchos e curitibanos disseram ter três relações por semana, enquanto as gaúchas e curitibanas responderam duas. Em média, duas relações sexuais acontecem no mesmo encontro, com a segunda ocorrendo em até uma hora depois da primeira para mais de 60% das mulheres e 72% dos homens.
Orientação sexual
Quanto a orientação sexual, na capital curitibana, 92,6% dos homens e 94,3% das mulheres são heterossexuais. Na capital gaúcha, são heterossexuais 92,9% dos homens e 95,1% das mulheres. Os homens homossexuais de Curitiba somam 5,4% e as mulheres homossexuais, 4,3%, enquanto em Porto Alegre são homossexuais 5,8% dos homens e 3% das mulheres. Os solteiros são maioria apenas entre os homens de Porto Alegre (45,7%). As curitibanas casadas correspondem a 44,6% e as gaúchas, 42,3%. Os homens curitibanos casados são 57,6%.
Curiosidades da vida sexual no Sul
Sempre usam preservativos
Curitiba
Homens – 24,8%
Mulheres – 31,8%
Porto Alegre
Homens – 27,6%
Mulheres – 30,8%
Distinguem vida afetiva de vida sexual
Curitiba
Homens – 57,4%
Mulheres – 43,4%
Porto Alegre
Homens – 59,6%
Mulheres – 48,0%
Estão realizados afetiva e sexualmente
Curitiba
Homens – 50,6%
Mulheres – 51,2%
Porto Alegre
Homens – 45,1%
Mulheres – 55,9%
Têm orgasmo freqüentemente
Curitiba
Mulheres – 72,5%
Porto Alegre
Mulheres – 83,6%
Concordam que a auto-estima influi no desempenho sexual
Curitiba
Homens – 58,3%
Mulheres – 71,5%
Porto Alegre
Homens – 63,0%
Mulheres – 68,9%