Curitiba troca plantas invasoras por nativas

Curitiba começou a substituir as plantas exóticas invasoras, existentes nos parques e vias públicas, por espécies da flora nativa. Essas plantas são originárias de outras regiões, que se adaptaram ao ambiente, e se espalharam de forma descontrolada, tomando espaço das plantas nativas. O objetivo desse trabalho, que faz parte do programa de Biodiversidade Urbana, o Biocidade, é resgatar a biodiversidade local.

A primeira etapa do programa começou ontem, com a retirada de cerca de 200 árvores – a maioria pinus e eucaliptos – de grande e médio porte do Parque Tanguá. No lugar das exóticas serão plantados ipês, aroeiras, canela e frutíferas, como pitanga e araçá. Ambientalistas das ongs Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), Instituto Horus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Mater Natura e do The Nature Conservancy auxiliaram funcionários da Prefeitura e a equipe do Corpo de Bombeiros na identificação das árvores e espécies de pequeno porte.

De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto, esse trabalho, que será desenvolvido a médio e longo prazo, tem uma proposta maior, que é a conscientização da população para que não cultive plantas exóticas. ?Queremos despertar uma mudança de consciência para que as pessoas não levem para casa espécies que não sejam da sua região?, falou. Ele adiantou que a Prefeitura tem promovido cursos de reconhecimento dessas plantas, bem como feito trabalhos de educação ambiental nas escolas.

A representante do Instituto Horus, Silvia Ziller, afirmou que, na grande maioria das vezes, as pessoas não sabem que podem estar cultivando uma espécie exótica, já que muitas estão popularmente disseminadas. É o caso, por exemplo, do beijinho, lírio do brejo, nêspera, uva do japão e cinamomo. ?A população pode se informar e substituir essas exóticas por plantas nativas, como por exemplo, o araçá, ipê amarelo, gabiroba e aroeira?, falou. O mesmo vale para animais de estimação, alertou Silvia. ?Nunca se pode soltar um animal na natureza, pois ele pode cruzar com um animal nativo, se tornar um competidor ou predador. O ideal é levar ao zoológico ou ao Ibama?, orientou.

Uma lista de espécies exóticas e nativas pode ser consultada no site www.institutohorus.org.br. 

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