Curitiba tem mais de 10 mil cães abandonados

A falta de responsabilidade de grande parte das pessoas que adquirem animais de estimação faz com que muitos bichos acabem abandonados pelas ruas. Em Curitiba, segundo a organização não governamental (ONG) Sociedade Protetora dos Animais (Spac), existem cerca de 450 mil cães. Desses, 49% têm dono, 48% são semi-domiciliados e 3% estão em situação de abandono. O número de gatos não é conhecido, mas a estimativa é que também seja grande.

?Muitas pessoas vêem um filhote, acham bonitinho e levam para casa sem pensar que ele vai dar despesas, gerar trabalho e precisar de atenção?, explica a presidente da sociedade, Soraya Simon. No local, vivem cerca de 800 animais sem dono.

Outra causa de abandono é a falta de consciência de grande parte da população em relação à necessidade de castração de cães e gatos. Animais não esterilizados acabam procriando e os proprietários, muitas vezes, não sabem o que fazer com os filhotes, abandonando-os também.

O abandono é considerado uma das piores formas de maus-tratos. Nas ruas, os animais ficam expostos a atropelamentos, violência, doenças, passam frio e fome. ?Em Curitiba, não existe registro de animais. Por isso, quando um cão ou gato é abandonado, dificilmente o dono é identificado e responsabilizado.?

A educação e sensibilização da população em relação ao assunto é fundamental para acabar com o problema. Sabendo disso, os professores do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carla Molento e Alexander Biondo, estão lançando o livro infantil Zoonoses, bem-estar animal e guarda responsável, visando à inserção do tema no conteúdo programático da rede municipal de ensino de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. ?A solução para o problema dos cães abandonados está ligada à mudança de atitude das pessoas, o que deve ser construído principalmente entre os cidadãos que estão em formação?, afirma Carla.

Antigamente, em Curitiba, os animais abandonados eram recolhidos das ruas e sacrificados. Em 2005, a prática foi proibida. Hoje, a Prefeitura só realiza o recolhimento de animais agressivos, doentes ou que possam passar alguma enfermidade a seres humanos. ?Estamos elaborando um Plano Municipal de Defesa e Proteção de Animais. O objetivo é deflagrar campanhas educacionais relacionadas à guarda responsável e tentar implantar na cidade um controle populacional de animais?, diz o zootecnista e diretor do Departamento de Zoológico da Prefeitura de Curitiba, Marcos Traad. 

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