Curitiba 319

Curitiba 319 anos: Transporte público precisa de novo rumo

Aos 20 anos, a estudante de publicidade e propaganda Ana Carolina de Souza Schimitt passa, de segunda a sexta-feira, mais de quatro horas dentro de um ônibus diariamente.

Moradora do bairro Centro Cívico, ela sai todos os dias às seis e meia da manhã rumo a Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde trabalha. O trajeto envolve mais de seis linhas de ônibus e o mesmo número de terminais. “É muito desgastante e quase sempre os ônibus estão lotados, falta segurança em alguns terminais e tem muito atraso. Isso estressa de certa maneira”, diz.

Para Ana Carolina, o transporte público de Curitiba precisa se ajustar em alguns pontos para atender à grande demanda de usuários.

Uma das sugestões dela é criar mais linhas diretas para as cidades que compõem RMC.

“Existem milhares de pessoas que vêm dessas cidades para trabalhar em Curitiba e vice-versa, como é o meu caso. Talvez fosse viável criar mais linhas diretas dos principais terminais para os municípios da RMC”, argumenta.

Segundo a estudante, se houver mais linhas com o mesmo destino, mas com rotas alternativas, poderia desafogar o trânsito em algumas regiões e ainda diminuir o número de passageiros.

“Acho que assim todo mundo sai ganhando. Os motoristas de carro, que não vão enfrentar trânsito e os passageiros, que vão pegar ônibus mais vazio. Mais linhas com ligeirões podem ajudar também”, comenta.

Mais ônibus

Como todo usuário de transporte coletivo de Curitiba, Ana Carolina também sugere o aumento da frota da cidade, principalmente em horários de pico.

“É visível a falta de ônibus em algumas das linhas nas horas de movimento. Vemos gente pra fora dos tubos enfrentando filas enormes. Acho que é possível aumentar a frota, pelo menos nesses horários”.

Passagens

Ana Carolina sugere que seja criado um sistema que permita usar a mesma passagem por determinado tempo, permitindo assim, a troca de ônibus sem a necessidade de descer em tubos e terminais.

“Muitas vezes você é obrigado a passar por terminais e com isso se perde muito tempo, além do desgaste da pessoa. Acho que também isso ia diminuir o número de passageiros nas principais linhas”, diz.

Em relação aos motoristas, a estudante acredita que é preciso haver cursos regulares de reciclagem e aprimoramento. “A Urbs tem que cuidar melhor dos motoristas. Eles correm, são estressados e às vezes são grossos com os próprios passageiros.”, diz.

Urbs quer mais agilidade

Por meio de nota, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), empresa que controla organiza o transporte público na capital paranaense, respondeu todas as sugestões apontadas pela estudante Ana Carolina Ana Carolina de Souza Schimitt.

No que se refere ao aumento do número de linhas diretas entre Curitiba e as cidades da RMC, o órgão afirma que vem trabalhando em uma série de projetos voltados à melhoria do transporte coletivo, aí incluída a redução do tempo de viagem. É o caso, por exemplo, do monitoramento on line de toda a Rede Integrada de Transporte, já em fase de testes.

Sobre a criação de rotas alternativas para as mesmas linhas de ônibus, a Urbs alega que a adequação de itinerários faz parte dos estudos e já existe em várias linhas de ônibus com regiões da cidade sendo atendidas por diferentes linhas que se deslocam a diferentes destinos, cobrindo, em determinado momento, uma mesma área.

Ligeirão

Ana Carolina sugeriu que novas linhas do Ligeirão sejam implantadas na cidade. A Urbs diz que Curitiba terá o sistema Expresso Ligeirão, em todos os eixos de transporte. O próximo, segundo o órgão, será o Ligeirão Norte, fazendo a ligação do Terminal Santa C&a,circ;ndida à Praça do Japão.

Sobre o aumento da frota de ônibus na capital, afirmou que a análise de oferta e demanda no transporte coletivo é uma das atividades de rotina da Urbs que faz adequações sempre que necessário. No ano passado, diz a nota, foram feitas cerca de 500 adequações de rota, itinerários e horários.

Projeto piloto

Em relação à implementação de um sistema de passagens únicas por tempo determinado para que não haja a necessidade de passa por terminais, a Urbs alega que a Integração Temporal será implantada apenas de forma matricial/ pontual para linhas e locaisonde não foi possível viabilizar um Terminal de Integração. Segundo a nota, um projeto piloto já está em operação nas Estações Tubo Santa Quitéria e na Linha Verde.

Na questão apontada sobre a reciclagem dos motoristas e outros funcionários do transporte público de Curitiba, a informação é que desde 2010 passou a ser obrigação das empresas operadoras do transporte coletivo a oferta de cursos e reciclagem aos motoristas. Em 2011 a Urbs deu início a um ciclo anual de palestras a motoristas de transporte coletivo.

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