Cupins prejudicam casas no Bosque do Papa

O estado das casas polonesas do Bosque João Paulo II, com a madeira deteriorada e infestada de cupins, está decepcionando as famílias que doaram as residências centenárias, construídas no início da colonização de imigrantes da Polônia em Curitiba e região, por volta de 1880. A situação das casas foi abordada em reportagem de O Estado, no último dia 18 de agosto.

A família Pianovski doou a casa visitada pelo papa João Paulo II durante sua passagem em Curitiba, em 1980, e que foi transformada na capela do bosque. O comerciante Adélio Silvestre Pianovski conta que seus pais compraram um terreno anexo à casa da família em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, na década de 1960. Nessa área estava construída a casa, de 1888, feita inteiramente de toras encaixadas de madeira de araucária. Os antigos donos também eram imigrantes e ergueram a residência no mesmo estilo das construções na Polônia.

Com os preparativos para a visita do papa, a então Secretaria Municipal de Cultura de Curitiba queria comprar a casa para a festividade. Por ser um papa polonês, a família Pianovski resolveu doar a construção. Ela foi montada no Estádio Couto Pereira, para a missa realizada por João Paulo II no local. Os pais de Adélio receberam o papa dentro da casa com roupas típicas da Polônia durante a cerimônia. Posteriormente, a residência foi deslocada para onde hoje é o Bosque do Papa. Além dessa casa, a tia de Adélio doou a construção onde funciona atualmente a Guarda Municipal dentro do bosque.

?A gente fica muito chateado com o estado da casa. Além de ser um cartão-postal da cidade, era uma coisa da gente e que faz parte da memória polonesa. Todas as casas deveriam ter sido conservadas?, afirma Adélio. Ele explica que a casa ficou sem manutenção por algum tempo antes de ser doada, mas não apresentava cupins. ?Ficou 90 anos no lugar dela e não tinha nenhum cupim. O uso de querosene e cal garantiu sua manutenção por todos esses anos?, alega.

A última vez que Adélio visitou o bosque foi no Natal do ano passado e, nesta ocasião, já havia constatado a ação dos insetos. As sete casas centenárias que compõem o bosque estão tomadas pelos cupins, que já comprometeram vários troncos de madeira maciça que formam as construções. O problema apareceu há alguns anos e uma restauração foi realizada pela empresa Emadel Engenharia, por meio de uma licitação tipo carta convite no valor de R$ 120 mil, no segundo semestre de 1998, conforme informações repassadas pela Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Curitiba. Na reportagem do dia 18 de agosto, Danuta Lisicki de Abreu, coordenadora do Bosque João Paulo II, afirmou que o trabalho não acabou com a ação dos cupins, contribuindo para a deterioração da madeira. 

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