Criminalidade apavora os moradores do Portão

Os moradores da região do Portão, em Curitiba, não sabem mais o que fazer para conter a onda de violência no bairro. Eles reclamam que todos os dias são registrados assaltos e roubos a residências e estabelecimentos comerciais, o que vem fazendo com que muitas pessoas deixem de investir no bairro. Eles também estão descontentes com a ação da polícia, que não estaria inibindo o crescimento da violência.

Com medo de represálias, os moradores preferem não ser identificados. Ouvidos ontem pela reportagem de O Estado, contam que estão com medo até de sair de casa. “A gente colocou grade em tudo e está aprisionada dentro de casa enquanto os marginais estão soltos na rua”, dizem. Um comerciante instalado há quatro anos no bairro conta que já foi assaltado à mão armada seis vezes, fora os arrombamentos, nos quais os marginais danificaram as portas e levaram mercadorias. “A minha esposa nem desce mais na mercearia, pois está traumatizada”, fala.

Ao lado da mercearia, dez pontos comerciais estão fechados. “As paredes pichadas mostram o que vem inibindo as pessoas a investirem no bairro”, diz o comerciante. Na escola particular, conta o proprietário, eles só conseguiram diminuir os assaltos depois que instalaram equipamentos de segurança, como alarmes e câmeras de vídeo. “Eu tive que fazer a minha própria segurança, pois se dependesse da polícia estava desprotegido”, afirmou.

Morador há mais de vinte anos no bairro, o empresário diz que a situação na região está ficando insuportável. “Minha esposa não sai mais de casa com medo de assalto, e minha filha ainda está traumatizada, pois quase levou um tiro no consultório onde trabalhava”, conta. Até mesmo o cachorro que comprou para a segurança da casa foi alvo dos marginais. “Eles derem uma bolinha com veneno para ele”, falou.

Todos reclamam da atuação da polícia. Mesmo com um batalhão da PM instalado próximol, os moradores dizem que quando são chamados, os policiais demoram mais de duas horas para chegar ao local, “e geralmente dão apenas uma volta de carro e não prendem ninguém, na maioria das vezes com o argumento de que são menores”, reclamam.

“Policiamento foi intensificado”

De acordo com o capitão Ricardo Costa, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, o policiamento no eixo comercial do bairro Portão vem se intensificando. “Na terça-feira passada tivemos reunião com lideranças do bairro e o 8.º Distrito Policial. A partir desse encontro, estamos desencadeando maior aplicação do policiamento, conforme as reais necessidades”, declarou. Segundo o capitão, a PM dispõe de uma viatura e duas motocicletas para cobrir a área, além de outra viatura para atender emergência. O policiamento preventivo é feito por quatro policiais. “Bom seria se houvesse um policial por quadra, mas é humanamente impossível”, falou.

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